Sexualidade e questões de gênero. Proteja as crianças!

O American College of Pediatricians exorta profissionais de saúde, educadores e legisladores a rejeitar as políticas que condicionam as crianças a aceitar como normal uma vida de representação química e cirúrgica do sexo oposto (confira). Confira algumas afirmações dessa associação de pediatras quanto à ideologia de gênero:

1. A sexualidade humana é um traço binário biológico objetivo: “XY” e “XX” marcadores genéticos de macho e fêmea, respectivamente, e não marcadores genéticos de um transtorno. A sexualidade humana é binária e o propósito óbvio é reprodução da espécie. Há transtornos do desenvolvimento sexual, como a feminização testicular e hiperplasia adrenal congênita, que são muito raros e identificados pela ciência como desvios da norma binária sexual e reconhecidos como transtornos do design humano. Pessoas com esses transtornos não constituem um terceiro sexo (“Clinical Guidelines for the Management of Disorders of Sex Development in Childhood.” Intersex Society of North America, March 25, 2006).

2. Ninguém nasce com um gênero, mas com um sexo biológico. Gênero (consciência de si como macho ou fêmea) é um conceito sociológico e psicológico, não biológico objetivo. Bebês não nascem com consciência deles mesmos como macho ou fêmea. Essa tomada de consciência se desenvolve com o tempo e pode ser desviada por percepções subjetivas da criança, por relacionamentos e experiências adversas da infância para adiante. As pessoas que se identificam como “me sinto como sendo do sexo oposto” ou “me sinto no meio, nem macho nem fêmea” não constituem um terceiro sexo. Elas permanecem homem biológico e mulher biológica (Zucker, Kenneth J. and Bradley Susan J. “Gender Identity and Psychosexual Disorders.” FOCUS: The Journal of Lifelong Learning in Psychiatry. Vol. III, nº 4, Fall 2005 [598-617]. Whitehead, Neil W. “Is Transsexuality biologically determined?” Triple Helix [UK], Autumn 2000, p. 6-8. http://www.mygenes.co.nz/transsexuality.htm; see also Whitehead, Neil W. “Twin Studies of Transsexuals [Reveals Discordance]” www.mygenes.co.nz/transs_stats.htm. Jeffreys, Sheila. Gender Hurts: A Feminist Analysis of the Politics of Transgenderism. Routledge, New York, 2014 [p. 1-35]).

3. A crença de que ele ou ela é algo que não é, revela um pensamento confuso. Quando um menino biologicamente saudável crê que ele é uma menina, ou quando uma menina biologicamente saudável crê que ela é um menino, existe um problema psicológico objetivo que está na mente dele ou dela, e não no corpo. Essas crianças sofrem de Disforia de Gênero, antes chamada de Transtorno de Identidade de Gênero, reconhecida como desordem mental e listada no CID-10 (Código Internacional das Doenças) sob o código F64.2 e no DMS-5. As teorias de aprendizagem psicodinâmica e social sobre a Disforia de Gênero nunca foram refutadas (American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition, Arlington, VA, American Psychiatric Association, 2013 [451-459]. See page 455 re: rates of persistence of gender dysphoria).

4. A adolescência não é doença e hormônios bloqueadores da puberdade podem ser perigosos. Reversíveis ou não, os puberty-blocking hormones induzem a um estado de doença – a ausência da puberdade – e inibem o crescimento e a fertilidade em crianças biologicamente saudáveis anteriormente (Hembree, WC, et al. Endocrine treatment of transsexual persons: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2009;94:3132-3154).

5. De acordo com o DSM-5 (o CID norteamericano), 98% dos meninos confusos quanto ao gênero e 88% das meninas com essa confusão eventualmente aceitam seu sexo biológico após atravessarem naturalmente a adolescência (American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition, Arlington, VA, American Psychiatric Association, 2013 [451-459]. See page 455 re: rates of persistence of gender dysphoria).

6. Dar hormônios bloqueadores da puberdade a crianças com Disforia de Gênero na pré-adolescência requer o uso de cross-sex hormones (testosterona e estrogênio) mais tarde, na adolescência, para continuar o processo de representar o papel do sexo oposto. Tais crianças ficarão sem condições de conceber filhos mesmo com tecnologia reprodutiva artificial. Além disso, usando tais hormônios há risco de doença cardíaca, hipertensão arterial, derrame, diabetes, câncer, etc. (Moore, E., Wisniewski, & Dobs, A. “Endocrine treatment of transsexual people: A review of treatment regimens, outcomes, and adverse effects.” The Journal of Endocrinology & Metabolism, 2003; 88[9], p. 3467-3473. FDA Drug Safety Communication issued for Testosterone products accessed 3.20.16: www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/PostmarketDrugSafetyInformationforPatientsandProviders/ucm161874.htm. World Health Organization Classification of Estrogen as a Class I Carcinogen: http://www.who.int/reproductivehealth/topics/ageing/cocs_hrt_statement.pdf Eyler AE, Pang SC, Clark A. LGBT assisted reproduction: current practice and future possibilities. LGBT Health 2014;1[3]:151-156).

7. Taxas de suicídio são cerca de 20 vezes maiores entre adultos que usam esses cross-sex hormones e se submetem à cirurgia para mudança sexual (reassignment surgery), mesmo na Suécia, um dos países com mais defensores do grupo LGBT (Dhejne, C, et.al. “Long-Term Follow-Up of Transsexual Persons Undergoing Sex Reassignment Surgery: Cohort Study in Sweden.” PLoS ONE, 2011; 6[2]. Affiliation: Department of Clinical Neuroscience, Division of Psychiatry, Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden. Accessed 3.20.16 from http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0016885).

8. É um abuso contra a criança condicioná-la a crer que a tentativa de mudança de sexo por meios químicos e cirúrgicos seja normal e saudável. Fazer isso em educação pública ou privada e em políticas públicas só confunde as crianças e os pais. Proteja as crianças!

Um dos autores dessas declarações é o Dr. Paul McHugh, distinto professor de Psiquiatria da Escola Médica Johns Hopkins e ex-chefe da Psiquiatria do Hospital Johns Hopkins.

(Cesar Vasconcellos de Souza é psiquiatra; www.doutorcesar.com.br)