A sugestão é de que os 70 milhões de católicos norte-americanos levem a sério o descanso dominical
Há um passo gigantesco que o povo de Deus pode dar no próximo fim de semana para beneficiar o clima da Terra. É simples, fácil, todo mundo é capaz de fazer e, o melhor de tudo, envolve fazer menos e não mais. Não sou cientista do clima, mas sei disso: se 70 milhões de católicos americanos abraçassem a encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’ (sobre os cuidados com a criação), e honrassem o Dia do Senhor [sic] seguindo o terceiro mandamento, veríamos um queda drástica dos gases de efeito estufa. Não temos muito tempo: o Guardian informou que as temperaturas dos oceanos em 2021 foram as mais quentes da história. Todos nós queremos fazer alguma coisa, mas o problema é tão grande que desanimamos. A reciclagem não mexe com a alma. E a tecnologia não impedirá que a imensa geleira Thwaites, do tamanho da Inglaterra, se desfaça em um oceano Antártico em aquecimento.
Então, o que uma pessoa pode fazer? Não muito, mas 70 milhões de católicos norte-americanos poderiam fazer a diferença no Shabbat [domingo, para eles], reduzindo muito o carbono na atmosfera literalmente fazendo menos. Se você está esperando que Deus nos salve, é tarde demais. Ele nos disse o que fazer, escrevendo com o dedo em uma tábua de pedra há vários milhares de anos.
Como seria honrar o sábado?
— Adoração e oração, como de costume.
— Nada de compras. Com vidas humanas em jogo, é tão difícil comprar apenas durante os seis dias?
— Nada de dirigir. A Hedges & Company estima cerca de 1,446 bilhão de veículos na Terra em 2022, com 19% nos Estados Unidos. Sempre que possível, use o transporte público. Proibir veículos comerciais aos domingos teria um grande impacto. Existe uma boa razão para não podermos caminhar, andar de bicicleta, ônibus ou ir à igreja?
— Sem trabalho, exceto serviços essenciais. Deus deu instruções claras: “Assim, Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nele Deus descansou” (Gn 2:3).
— Recreação, passar tempo com a família e amigos enquanto reduz o uso do carro.
Sim, isso atrapalharia a economia. Então, atrapalhamos a economia ou destruímos nossa casa comum? E, sim, precisamos olhar para todas as atividades humanas que causam danos, mas vamos começar honrando o Shabbat [domingo], criando um começo poderoso e inspirador.
Abraçar o sábado ajudaria a criar um tempo real de descanso neste mundo cansado, um tempo de viagem interior, permitindo-nos entrar mais facilmente na música e nos tornarmos alegres.
Algo está muito errado e não há muito que uma pessoa possa fazer para reduzir a ameaça, mas se 70 milhões de católicos ouvissem as palavras do papa Francisco na Laudato Si’ e honrassem o sábado, todos nós poderíamos entrar na música e trazer alegria para nossa Mãe Terra. E tudo o que se exige é que façamos menos – mas façamos juntos um dia por semana.
Weiss é paroquiano da Igreja St. Charles Borromeo em Arlington e autor de “Touching The Rainbow Ground: Eight Steps To Hope”, um livro de memórias de seu ministério de 30 anos para crianças nas Américas.
(Paul Weiss, The Arlington Catholic Herald)
Nota: Os recados não param de ser dados e os apelos não param de ser feitos. A proposta é boa, e por isso mesmo vem ganhando o mundo desde que a Laudato Si foi publicada, e mesmo antes disso (acompanho o tema desde 2005). Note que eles sempre aplicam ao domingo os conceitos bíblicos ligados ao sábado, e que a linguagem da ecoteologia panenteísta pagã sempre está ali: “Mãe Terra”. O ECOmenismo é um movimento sem barreiras; um verdadeiro “laço de união universal”. Saiba mais sobre o assunto assistindo aos vídeos abaixo. [MB]