O caminho estreito

O caminho estreito exige que se tenha muito amor, não de palavras, mas de ações que procurem levar as pessoas à salvação.

Débora

Como é esse caminho estreito do qual Jesus falou? Quando me converti aos 15 anos, acreditava que era sobre todas as renúncias que tive que fazer. Foi uma luta mudar meus gostos, deixar de comer certas coisas, de vestir certas roupas, de frequentar certos ambientes, e até mudar meus relacionamentos. Foi um processo longo e doloroso… mas, com o tempo, fui me sentindo transformada e minha alegria passou a ser saber que eu estava fazendo a vontade de Deus… estar na igreja, estudar a Bíblia, ouvir louvores, sentir a presença de Jesus, conviver com meus amigos e irmãos de fé, e, especialmente, com meu esposo e filhos, realmente passaram a me trazer felicidade. Afinal, o caminho estreito ficou bom!

Esse caminho “estreito” foi tão abençoado, que, apesar dos problemas que surgem, me parecia mais leve do que o caminho largo, porque observei que os problemas também existem naquele caminho e podem se tornar até maiores pelas consequências nocivas do pecado. Mas Jesus fez questão de enfatizar que o caminho é estreito, né? Que a maioria iria preferir seguir no caminho largo porque é mais fácil e conveniente.

Porque Jesus também falou que no caminho estreito seríamos perseguidos, injuriados, e mentindo diriam todo mal contra nós. Mas por quê? Por causa Dele! Por ensinar Suas palavras, por não abrir mão dos Seus ensinos para agradar à maioria com discursos populares que desprezam a lei de Deus.

O caminho estreito exige que se tenha muito amor, não de palavras, mas de ações que procurem levar as pessoas à salvação. Não é fácil amar aqueles que nos desprezam, que nos ridicularizam, que nos atacam por defendermos a Palavra de Deus.

Jesus e Seus discípulos percorreram esse caminho e deram a vida pela salvação de todos os que se deixaram alcançar por esse amor.

Se o sentido da nossa vida não é viver para levar a mensagem da cruz que salva, do reencontro na ressurreição, da justiça verdadeira no dia do juízo, do encontro com Jesus em pessoa e receber a vida eterna que só Ele pode dar… Se essa não é a causa que nos move, então já perdemos o foco e não estamos no caminho estreito. E já nos perdemos pelo caminho.

(Débora Borges; Instagram)

Nas mãos do Senhor

“A minha alma apega-se a Ti; a Tua mão direita me sustém.” Salmo 63:8

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Eu sempre quis ter um parto normal, mas tinha muito medo. Trabalhei com crianças portadoras de paralisia cerebral e ouvia as mães relatando que a deficiência havia ocorrido devido a complicações durante o parto. Então, quando engravidei pela primeira vez, apeguei-me ao fato de que o último osso de minha coluna havia sido fraturado na infância e, por isso, eu teria que fazer uma cesariana. Como minha médica concordou, conformei-me com a ideia de que não teria parto normal. Na segunda gravidez, foi a mesma coisa. No entanto, quando engravidei pela terceira vez, aquele desejo de ter a experiência de um parto normal foi crescendo, e eu disse à minha médica que gostaria de tentar. Ela, porém, disse que o parto normal seria muito arriscado, uma vez que eu já havia passado por duas cesarianas. Meu útero poderia se romper com as contrações, o que poderia oferecer risco de morte para mim e para o bebê. Fiquei desapontada, mas entreguei o caso para Deus em oração.

Na última consulta antes de meu filho nascer, minha médica avisou que naquele fim de semana estaria viajando, mas que, se eu sentisse as contrações, deveria ir rapidamente para o hospital, pois outro médico faria a cesariana. E foi justamente quando ela estava longe que entrei em trabalho de parto.

Chegando ao hospital, disse ao médico que estava de plantão que minha dilatação era rápida e que ele precisava fazer logo a cesariana. Mas ele não acreditou e esperou demais. Quando se deu conta, a cabeça do meu menino já estava quase saindo! Então o médico anunciou para a equipe: “Não dá mais tempo! Será um parto normal!”

Naquele momento, lembrei-me do que os médicos haviam falado, isto é, sobre o risco de meu filho e eu morrermos. Fiquei angustiada e com medo, mas logo uma voz falou ao meu coração: “Calma, filha, você está em Minhas mãos. Não será como os homens querem, mas como Eu quero.” Um sentimento de paz e alegria muito grande me invadiu. Eu estava realizada por poder fazer força e participar ativamente do parto, apesar daquela dor imensa. Foi emocionante ter meu bebê nos braços alguns minutos depois. Senti que estávamos nas mãos do Senhor.

Se quiser, você também pode experimentar a paz e a tranquilidade de estar nos braços do Senhor. Afinal, Ele estende a mão para salvar a cada ser humano. O que você acha de se apegar ao Senhor e deixar que a destra poderosa Dele guie e sustente sua vida?

(Débora Tatiane Martins Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar; texto publicado na Meditação da Mulher)

Bíblia: presente de Deus e alimento diário

BíbliaHá poucos dias, terminei de ler a Bíblia pela quinta vez. Levei mais tempo que das outras vezes. Um muitos dias pude ler vários capítulos e meditar demoradamente no que Deus quis me dizer. Em alguns dias li somente um pequeno trecho, e guardei aquela mensagem no coração. Também houve dias em que simplesmente não consegui acordar mais cedo e a correria me atropelou e me fez perder esses momentos. Mas nunca pensei em desistir. A Bíblia se tornou minha fonte de vida! Por meio dela consigo ter o senso da presença de Deus em todo o tempo: nas minhas lutas, acalmando minhas ansiedades, nas grandes bênçãos recebidas, reconhecendo Seu poder e bondade. Em cada leitura pude confirmar minhas crenças e aumentar minha fé nas promessas de Deus. Tenho presenciado milagres reais e posso constatar que aquelas histórias não são fábulas. Deus continua agindo da mesma forma.

Achei interessante que cheguei à parte do Apocalipse durante a quarentena. Isso me chamou a atenção, e passagens difíceis de ser entendidas, que geralmente eu passava por alto, agora me despertaram para estudar mais. Parece que Deus está me falando mais do que nunca que o dia do nosso reencontro está próximo, e é preciso estudar esse livro para estar preparada.

A Bíblia é um presente de Deus e quanto mais eu a leio, mais O amo!

(Débora Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar)

Em busca de sentido

franklMuito oportuno esse livro nos tempos em que estamos vivendo. O autor psiquiatra Viktor Frankl, conta como foi ser prisioneiro nos campos de concentração nazistas e faz uma análise psicológica do que o ser humano é capaz de se tornar em situações extremas: um monstro ou um santo. Não importa a circunstância em que você viva, a escolha é sua!

É muito interessante conhecer a nova terapia que ele desenvolveu após o fim da guerra, baseada em sua experiência, que demonstra o quanto vale a pena viver e lutar pelos seus ideais, quando você encontra o sentido da sua vida. Mesmo que você tenha que sofrer por isso, se houver um sentido, você será capaz de suportar qualquer coisa.

Hoje muitos profissionais encontraram seu sentido arriscando a vida para salvar outras vidas… E todos nós estamos tendo que reavaliar o sentido de muitas coisas… Muitos estão descobrindo que nada tem sentido sem Deus.

(Débora Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar)

Minha “vidinha” do lar

larSou mãe de três filhos. Quando andava na rua com os três, com certa dificuldade, as pessoas me perguntam, espantadas: “Os três são seus?” Ouço alguns comentários, como: “Você é tão jovem! Nem parece mãe deles. Que corajosa!” É, talvez seja preciso ter coragem para educar três filhos nos caminhos de Deus e enfrentar todos os obstáculos que o mundo hoje apresenta. A primeira dificuldade que observo é que muitas mulheres consideram um verdadeiro sacrifício assumir o papel de mãe em tempo integral. Para mim, me dedicar totalmente aos meus filhos tem sido muito prazeroso e me sinto plenamente realizada, apesar da cobrança da sociedade por supermulheres que administram o lar, têm um emprego, são profissionais bem-sucedidas e ainda contribuem para aumentar a renda familiar. Confesso que já tive crises de consciência e de pensar que o que faço é muito pouco. Já pensei seriamente se vivo assim por opção ou por falta de opção.

Alguns anos atrás, conversei seriamente com Deus sobre isso e Ele me respondeu de uma forma surpreendente e maravilhosa. Ao assistir a uma programação da escola adventista e ouvir o coral em que minha filha mais velha cantava, então com sete anos de idade, senti um desejo muito forte de voltar a lecionar. Naquela madrugada, orei e chorei: “Eu quero fazer parte da Tua obra, Senhor! Quero fazer diferença na vida de alguém e ser usada por Ti. Quero me sentir útil.”

Terminei de orar e senti forte impressão de que devia ler o livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen White. Abri exatamente nas páginas que falam sobre a função e a importância da mãe: “O trabalho da mãe muitas vezes se afigura, aos seus próprios olhos, sem importância. Raras vezes é apreciado. Pouco sabem os outros de seus muitos cuidados e encargos. Seus dias são ocupados com uma série de pequeninos deveres, exigindo todos paciente esforço, domínio de si mesma, tato, sabedoria e abnegado amor. […] Anjos do Céu observam a mãe, fatigada de cuidados, notando suas responsabilidades dia a dia. Seu nome pode não ser ouvido no mundo, acha-se, porém, escrito no livro da vida do Cordeiro. Existe um Deus em cima no Céu, e a luz e glória do Seu trono repousam sobre a fiel mãe enquanto ela se esforça por educar os filhos para resistirem à influência do mal. Nenhuma outra obra pode se comparar à sua em importância” (p. 377, 378).

Fiquei emocionada e senti Deus me falando ao coração: “Filha, Eu te dei um grande privilégio de ficar em casa cuidando da sua família. Aos Meus olhos, você já é muito útil. Mas, se você quer mesmo, além disso, ser professora, Eu atenderei seu pedido.”

Poucos dias depois, acho que dois ou três, numa sexta-feira, o diretor do Colégio Adventista de Tatuí me ligou: “Professora, precisamos de você para começar a trabalhar na segunda-feira. A professora do primeiro ano está com problemas de saúde. Você pode assumir o lugar dela?”

Pedi para pensar, mas já sabia que acabaria aceitando o convite. Foi um ano muito difícil. Me realizei muito ao ver o progresso dos meus alunos e em poder ajudá-los a vencer suas dificuldades. Mas sofri muito em ter que deixar minha família em segundo plano e fazer da escola minha prioridade.

Depois do sofrimento inicial, nos acostumamos à rotina corrida e nos adaptamos ao novo estilo de vida: chegar em casa com louça do almoço na pia; roupas ainda no varal; pão de padaria; sem tempo para brincadeiras; papéis e outros materiais para recortar; semanário para fazer nos fins de semana; almoços rápidos; tempo contado para tudo… Sei que o tempo perdido que não dei para minhas filhinhas, com três e sete anos, na época, nunca mais vai voltar e alguma coisa no nosso relacionamento se perdeu. Mas estávamos todos aparentemente muito bem. Então, Deus falou seriamente comigo: “É essa vida que você quer para sua família?” “Não, Senhor”, respondi, “não quero aprender a gostar desta vida.”

Não condeno quem fez essa escolha, ou melhor, quem precisa realmente fazer essa escolha. Mas aprendi que não há realização melhor do que cuidar de seus próprios filhos e ver que, aliadas a Deus, estamos construindo o caráter deles. São momentos muito gostosos e que não têm preço.

No fim de 2009, pedi para sair da escola e, em janeiro, Deus me deu mais um grande presente: engravidei do nosso menininho, o Mikhael, que nasceu em setembro de 2010. Estou curtindo como nunca ser mãe, e as meninas curtem comigo.

Quando me dizem que sou corajosa, penso que é preciso muito mais coragem para dar as costas aos filhos e passar o dia longe deles, longe de todos os momentos em que eles precisarão da mamãe.

Que Deus nos abençoe nessa importante missão.

Gostaria de compartilhar também o texto da amiga Joélia, que traduz bem nosso sentimento:

Parei

Esposa, amiga e mãe 24 horas…
Fiz um plano com Deus e…. Parei!!!!
Parei de trabalhar fora, mas não em casa.
Parei de sair cedo e chegar tarde.
Parei de trabalhar apenas meio período e me “dividir”.
Parei para amamentar, para ver o primeiro sorriso, para dar a primeira papinha, a primeira frutinha, ver engatinhar, dar o primeiro passo.
Parei para fazer as comidinhas preferidas.
Parei para fazer sucos, bolos e bolachinhas.
Parei para fazer “cultinho” de manhã e à noite.
Parei para curtir as “pracinhas” e “parquinhos”, para balançar e ser balançada.
Parei para ouvir a primeira palavra, a primeira música cantada.
Parei para ir à praia, piscina, sem ter que esperar por domingos e feriados.
Parei para fazer amizade com mães desconhecidas, trocar experiências e dar risadas.
Parei para brincar de carrinho, boneca, entrar na piscina de bolinhas.
Parei para ir ao pula-pula, sair para tomar sorvete e me lambuzar com eles.
Parei para lavar louça junto com meus filhos; ver a alegria no rostinho deles ao ajudar a mamãe a fazer pão…
Parei para ensinar a arrumar a cama, dobrar as roupas e guardar os brinquedos.
Parei para mostrar Jesus em tempo integral. Pois, cedo ou tarde, os filhos crescem e vão embora e o que eu fizer como mãe perdurará por toda vida.
Parei!!!!
Fácil? Não é.
Falhas? Sim. Todos temos.
Mas… “Tudo posso nAquele que me fortalece.”
E guardo no meu coração a certeza de que Deus está no controle.
E cuidará dos meus filhos.

Débora Borges

Família: o portfólio de Deus

familiaOs cristãos são portadores de uma mensagem maravilhosa. Assim como no passado, Deus escolheu um povo especial para levar Sua Palavra ao mundo. Deus os escolheu para anunciar a volta de Jesus e mostrar a todas as pessoas que existe esperança. Mas a felicidade que Jesus promete não precisa começar somente quando Ele voltar. É claro que ela será plena a partir daquela ocasião, mas Jesus pode nos fazer felizes aqui também. As pessoas que recebem nossa mensagem querem ver o poder transformador de Jesus na vida de Seus filhos. E de que forma e em que lugar esse poder pode ser mais bem visto? No lar. É no lar que mostramos quem somos de verdade e se Jesus está realmente em nosso coração.

Para alguns, é muito mais fácil vestir um terno, pregar um belo sermão do que tratar amavelmente a esposa e os filhos. Mas note o que escreveu Paulo em 1 Timóteo 3:5: “Se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?”

Palavras que não são acompanhadas de exemplo não têm poder nenhum. Tornam-se mentira. “Cumpre ao pai fortalecer na família as austeras virtudes – energia, integridade, honestidade, paciência, ânimo, diligência e utilidade prática. E o que exige de seus filhos deve ele mesmo praticar, ilustrando essas virtudes na própria conduta varonil” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 391). Como posso falar do poder de Cristo se não o experimento em minha vida? As famílias são o portfólio de Deus.

É muito importante conhecer as doutrinas bíblicas – a justificação pela fé, o sábado, o estado do ser humano na morte, o santuário celestial. Tudo isso é essencial para conhecer o caráter de Deus e a vontade dEle para nossa vida. Mas de que adianta conhecer teologia e ter um verdadeiro “inferno” no lar? “O lar deve ser um lugar onde o contentamento, a cortesia e o amor façam habitação; onde moram essas graças, aí residem a paz e felicidade. Podem invadi-lo as aflições, mas isso é a situação da humanidade. Que a paciência, a gratidão e o amor mantenham no coração a luz solar, seja embora o dia sempre nublado. Em tais lares os anjos de Deus habitam” (Ibidem, p. 393).

O mundo está carente de vivenciar o verdadeiro amor. Temos disso para oferecer? É muito triste saber que entre os cristãos há casais que meramente se suportam; que “vão levando”; que apenas mantêm as aparências, enquanto alimentam ressentimentos. O carinho e a cortesia são lembranças de um tempo que não mais existe – como se tivessem se tornado pessoas estranhas, que não mais se conhecem.

Como isso foi acontecer? A frieza e a indiferença não aparecem de um dia para o outro. A pessoa não vai dormir amando e, no outro dia, quando acorda, descobre que não ama mais. Não é assim que funciona. Da mesma maneira como o amor deve ser diariamente cultivado, o contrário também acontece. A “chama”, se não alimentada, vai se apagando aos poucos.

Precisamos hoje aproveitar a oportunidade que Deus nos está dando e mudar o que precisa ser mudado. Precisamos ouvir a voz de Deus e deixar que Ele nos mostre se temos falhado em algum ponto. Lembre-se: para Deus, nada é impossível! Mas você tem que querer. Analise o seguinte:

1. Os namorados não medem esforços para estar juntos. No casamento, por quantas coisas os cônjuges se privam da companhia um do outro? O que é mais importante: trabalho, futebol, amigos, internet, evangelismo? (Claro que não devemos perder a individualidade, mas escolher tornar-se “uma só carne” também interfere nisso, mas com prazer!) Quanto mais você ficar longe do(a) cônjuge, mais se distanciará e menos vontade terá de estar com ele/ela. Cada um passa a ter seu universo particular e aos poucos o relacionamento se torna jugo desigual. Por isso, faça sua parte. Mesmo que venham a tentação e a pressão, não troque a companhia de seu/sua cônjuge por outras atividades.

2. No namoro, fala-se com delicadeza e usam-se palavras de apreço e admiração. E no casamento? Muitas vezes o que prevalece é a rispidez e a crítica. O que fazer? Ter sempre palavras corteses e admirar o(a) cônjuge. Precisamos nos sentir valorizados e respeitados. Isso mexe com nossa autoestima e com a dignidade própria.

3. No namoro, quando se está apaixonado, acha-se lindo aquele “narizinho”, os cabelos, a voz… Só temos olhos para a pessoa amada e não há espaço para uma amizade especial com alguém do sexo oposto. Quando a relação conjugal não vai bem, abre-se a oportunidade para a admiração indevida de outras pessoas. Comparações impróprias começam a ser feitas e o caminho da ruína surge diante da pessoa. Esse é um grande perigo! A carência emocional e os laços de amizade com alguém do sexo oposto podem ser usados pelo inimigo de Deus para confundir os sentimentos e abrir a porta ao adultério. Portanto, nunca permita que alguém seja mais amigo(a) do(a) seu/sua cônjuge do que você. Seu coração deve estar ligado ao dele/dela. E se você perceber que está tendo muita afinidade com alguém, que o assunto não acaba mais… corte logo isso! Não deixe ninguém se intrometer em seu casamento e roubar sua afeição.

Ellen White aconselha: “Estudem, o marido e a esposa, a felicidade mútua, nunca faltando as pequeninas cortesias e pequenos atos de bondade que alegram e iluminam a vida. Entre o marido e a esposa deve existir perfeita confiança” (Ibidem). Precisamos proteger nosso lar e pedir que Deus nos ajude a ter sabedoria e prudência.

Outro antídoto para a desesperança e a desarmonia no lar é o culto familiar. “Pais e mães, por mais prementes que sejam vossos afazeres, não deixeis de reunir vossa família em torno do altar de Deus. Pedi a guarda dos santos anjos em vosso lar. Lembrai-vos de que vossos queridos estão sujeitos a tentações. Aborrecimentos diários juncam a estrada tanto dos jovens como dos mais idosos. Os que querem viver vida paciente, amorável e satisfeita, devem orar. Somente obtendo constante auxílio de Deus podemos alcançar a vitória sobre o eu” (Ibidem).

A presença de Jesus pode mudar qualquer situação. Ele restaura os corações e nos dá o verdadeiro amor. Deus planejou a família porque é o melhor plano para nos fazer felizes. Se você for feliz no lar, será feliz no trabalho, na igreja, na sociedade. Refletirá o amor de Deus e levará esperança ao mundo.

Débora Borges

Salvo pelo leite

amamentandoQuando nossa filha mais velha teve catapora, sofri tanto que cheguei a dizer que nunca mais iria querer ter outro filho. Ela ficou mais de uma semana com febre e chorava dia e noite. Não tinha parte alguma em seu corpinho em que não tivessem aparecido feridas. Foram dias difíceis e assustadores para uma mãe de primeira viagem, pois ela nunca havia ficado doente e já estava com quase um ano. Mas tudo passou sem maiores sequelas, e o sofrimento ficou para trás.

Alguns anos mais tarde, nas férias de verão, foi a vez da nossa ex-caçulinha, de cinco anos, pegar catapora. Quando vi uma bolhinha na testa dela e sua temperatura mais alta, lembrei do passado e tremi de medo de que meu bebê de três meses também fosse infectado.

Nossa Marcella “galega” (como carinhosamente a chamamos) sempre foi muito forte e mesmo com febre não se deixou abater. Continuou alegre e brincalhona como sempre. Eu temia mais pelo meu bebezinho e comecei a orar para Deus livrá-lo da doença.

O pediatra disse que talvez ele não pegasse, pois seu único alimento era o leite materno, e como eu tive catapora na infância, acabei passando meus anticorpos para ele. Amamentar é mesmo tudo de bom! Ele ficou, sim, com algumas poucas bolhinhas, mas não teve nem febre. Graças a Deus a ao meu abençoado leite!

Na amamentação das meninas, eu sofri por causa de rachaduras nos seios. E quem já passou por isso sabe o quando dói! Mas inventaram uma conchinha de plástico com silicone que mantém o mamilo úmido e ajuda a não rachar. Foi uma bênção descobrir essa invenção. Deixo minha dica para que esse momento tão especial da amamentação se torne ainda mais prazeroso.

Amamentar é um ato de amor e que protege seu bebê. É mais uma evidência do cuidado do nosso Criador.

Débora Borges

Leia mais textos sobre amamentação aqui e aqui.

Janela para o Céu

familyprayerQuando tinha nove anos, fui convidada pelo vizinho para participar dos cultos que ele fazia com a família dele. Pedi autorização aos meus pais e toda noite me unia àquela família para orar e ler trechos da Bíblia. Especialmente as histórias do Gênesis me deixavam impressionada. Comecei a mudar minhas atitudes em casa e meus pais ficaram preocupados, achando que eu estava ficando “fanática”. Proibiram-me de participar dos cultos e resolveram rezar o terço em casa. Para o meu irmão e para mim, aqueles eram momentos muito desagradáveis. “Tudo bem que a gente reze, mas não precisam ficar com essa cara de tristes”, pedia ele. Aqueles eram momentos realmente maçantes e, com o tempo, meus pais acabaram desistindo da idéia e tudo voltou a ser como antes. Que pena. Perdemos uma grande chance de conhecer melhor a Deus, antes mesmo de nos tornarmos adventistas.

O tempo passou. Cresci, me casei e tenho três filhos pequenos. Quando me lembro dessa experiência da minha infância, fico me perguntando o que tenho feito para tornar a religião algo agradável e relevante na vida das minhas meninas.

Alguns pais se sentem orgulhosos e felizes por verem seus filhos prosperarem intectual e materialmente. Isso é bom, mas se o coração deles está vazio, longe de Deus e em busca apenas das honras deste mundo, é tudo vão. E quando Jesus voltar e perguntar por esses filhos? Eles são um presente emprestado. Um dia teremos que devolvê-los a Deus. Infelizmente, muitos se esquecem disso e criam filhos apenas para este mundo.

Você tem buscado a Deus a fim de ensinar seus filhos a dependerem dEle também? Ou tem colocado outras coisas no topo de sua lista de prioridades – novelas, filmes, esportes, propriedades? Os filhos observam tudo e aprendem com nosso exemplo.

Se deseja a ajuda de Jesus para salvar, abençoar e livrar seus filhos das más influências, há um braço poderoso estendido para você. Deus é tão bom que deixou orientações claras e específicas para que os pais ajudem os filhos: “Toda família deve construir seu altar de oração, reconhecendo que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 517). E Ele diz mais: “Acheguemo-nos confiadamente junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:16).

Assim como os patriarcas, devemos também construir no lar um altar de oração – o culto familiar. Mas como deve ser esse culto? Ellen White dá algumas dicas:

“O pai, como sacerdote da casa, deponha sobre o altar de Deus o sacrifício da manhã e da tarde” (Orientação da Criança, p. 519).

O culto não deve ser de forma insípida e com monótona repetição de frases. Deus é desonrado quando o culto é seco e tedioso.

Deve conter a expressão de nossas necessidades e homenagem de grato amor ao Criador.

As orações devem ser curtas e ao ponto, com palavras simples. “Quando um capítulo comprido é lido e explicado e se faz uma longa oração, esse precioso culto se torna enfadonho e é um alívio quando passa” (Ibidem, p. 521).

Escolha um trecho interessante e fácil da Bíblia – e todos devem ler. Alguns versos são suficientes para dar uma lição que será praticada todo o dia.

A criança também pode ajudar a preparar o culto e escolher o que vai ser lido.

Depois deve-se perguntar a ela sobre o que foi lido e fazer aplicações na vida diária.

O ideal é que os cultos sejam feitos antes do desjejum e à tarde, antes de que venha o cansaço e o sono. “É o dever dos pais cristãos, de manhã e à tarde, pela fervente oração e fé perseverante, porem um muro em torno de seus filhos” (Serviço Cristão, p. 210).

Não se deixe levar pelas circunstâncias: mesmo quando estiver muito atarefado ou quando houver visitas em casa, não negligencie o culto. Assim, as crianças aprenderão a importância da religião na vida da família.

Aproveite o poder da música. Ela é um ato de adoração como a oração, e é “um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas!” (Orientação da Criança, p. 523).

Tenho experimentado o poder do culto familiar em meu próprio lar. Minha filha Giovanna, quando tinha quatro anos, “compunha” um hino todos os dias e tinha prazer em apresentá-lo no momento do culto. Eram (e continuam sendo) momentos especiais de união e paz. E sempre que oro por minha família e peço a Deus forças para cumprir minha missão de mãe, me vem à mente a promessa: “Ele não Se desviará de vossas petições, deixando a vós e aos vossos como brinquedo de Satanás, no grande dia do conflito final. É vossa parte trabalhar com simplicidade e fidelidade, e Deus estabelecerá a obra de vossas mãos” (Ibidem, 526).

Quero ter meus filhos no Céu, por isso preciso apresentá-los ao Céu. É como se nós, pais, na hora do culto familiar, convidássemos: “Filhinho(a), venha aqui. Dê uma espiada nesse lugar. Que tal morarmos lá?”

Abra essa “janela para o Céu” em sua casa também.

(Débora Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar)

Lança o teu pão sobre as águas

DonizeteNos últimos dois sábados de 2018 Deus me deu presentes de valor incalculável que me deixaram muito, mas muito feliz. Vou começar pelo último sábado, no qual preguei e apresentei palestra na Igreja Adventista Central de Criciúma – a mesma igreja em que eu fui batizado no fim do ano de 1991. Quando encerrei a palestra da tarde, um homem veio até mim e me deu um abraço apertado. Então contou sua história: em 1992, quando eu ainda era recém-convertido, dei estudos bíblicos para ele, juntamente com as irmãs Rejane e Rosi Duzzione. Na época, o Donizete Cachoeira (esse é o nome dele) não tomou a decisão pelo batismo. O tempo passou e nossos caminhos se distanciaram. Fui morar em Florianópolis, casei-me e depois mudei-me para Tatuí, onde estou há 20 anos. Donizete viveu a vida dele. Passou um tempo em Belo Horizonte e começou a assistir ao canal de TV Novo Tempo (gosta especialmente do programa Evidências). Isso fez reacender na mente dele as verdades bíblicas que havia aprendido anos antes. Em 2003, Donizete foi batizado e hoje frequenta um grupo adventista no Balneário Rincão, onde mora. Aquele abraço foi especial e me fez pensar nos muitos abraços que receberão as pessoas que se dedicam a pregar o evangelho; homens e mulheres que lançam perseverantemente o pão (semente) sobre as águas para, depois de muitos dias, fazer a colheita das plantas desenvolvidas pelo poder do Espírito Santo (Eclesiastes 11:1).

O outro presente minha esposa e eu recebemos há pouco mais de duas semanas, em Tatuí. Vou deixar que ela conte a história: “Há nove anos, enquanto aguardava nossa filha mais velha sair da aula de violino, fui abordada por um menino de onze anos que me perguntou sobre o que eu estava lendo e me disse que seria escritor. Então contei para ele que meu esposo é escritor e lhe prometi dar de presente um livro dele. Fizemos uma visita à família do Samuel e depois disso ele passou a frequentar a igreja conosco durante uns dois anos. Muitas vezes nos oferecemos para dar estudos bíblicos para os pais do Samuel, mas eles relutavam, por serem membros de uma denominação que condena o estudo das Escrituras Sagradas. Mas, por intervenção divina, eles acabaram aceitando o convite. Estudamos a Bíblia com eles por um ano, sob forte oposição da família e de membros da igreja à qual eles pertenciam – especialmente da filha e do genro. Até que a filha, Danieli, teve um lindo sonho envolvendo um hino do Hinário Adventista. Ao acordar, ela se lembrava do hino, até então desconhecido para ela, e descobriu posteriormente que pertencia ao hinário da Igreja Adventista. Isso a impressionou e fez com que aceitasse participar do estudo bíblico com os pais e o Samuel. Entretanto, o esposo dela, Estêvão, ficou contrariado e o relacionamento de ambos, abalado. Por causa disso e de outros problemas, todos desistiram de estudar a Bíblia conosco, embora demonstrassem que gostavam muito das nossas reuniões.

“Ficamos tristes com essa interrupção e continuamos orando pela família, pois sabíamos que eram sinceros e amavam a Deus. Depois de um ano, fui impressionada a visitar a Danieli em seu trabalho. Ela me contou algo surpreendente: o esposo estava assistindo à TV Novo Tempo e tinha anotadas em um caderninho muitas dúvidas sobre doutrinas bíblicas. Então fomos visita-los e o Estêvão nos pediu para estudar o livro do Apocalipse com eles! Os pais da Danieli e o Samuel estavam mais envolvidos na igreja deles e temiam retomar os estudos.

“Após dois anos e muita luta espiritual, a Danieli e o Estêvão foram batizados por meu marido. Ironicamente, agora eles é que oravam fervorosamente pelo Samuel e pelos pais dele, para que também se entregassem a Jesus e seguissem a verdade bíblica.

“No fim do ano passado, Deus tocou profundamente o coração do jovem Samuel, agora com 20 anos, e da mãe dele, a Miriam. Depois de assistir a vários programas e estudos bíblicos da Novo Tempo, ela teve um sonho em que os dois estavam sendo batizados na Igreja Adventista, e surpreenderam a todos ao afirmar que finalmente estavam prontos para o batismo. Então, no dia 22 de dezembro, recebemos esse lindo presente de Natal, e meu esposo os batizou. Ao ver a decisão do filho e da esposa, o Paulo, pai do Samuel, também se decidiu pelo batismo e aguarda nosso retorno das férias para ser batizado.”

Assim chega ao fim uma linda história em que o principal protagonista foi o Espírito Santo. Uma história que começou há quase dez anos com um garotinho perguntando sobre um livro. Melhor dizendo, a história deles está só começando. A família Nascimento está sendo usada para levar outras pessoas a Jesus e à Palavra de Deus.

Experimente você também dar estudos bíblicos para alguém. Comece neste ano e não desanime. Mesmo que demore algum tempo, a semente lançada sobre as águas um dia poderá germinar e florescer.

Obrigado, Senhor, pelo que fizeste na vida do Donizete, da família Nascimento e tens feito na vida de tantas pessoas!

Michelson e Débora Borges

O primeiro Natal da minha nova vida

jesusNaquele ano, antes de terminarem as aulas, falei para meus alunos sobre o verdadeiro sentido do Natal e de como devemos ser gratos a Jesus por ter escolhido nascer aqui neste mundo e ser o nosso Salvador. Eles ficaram comovidos e, com a pureza e sinceridade das crianças, prometeram que nunca iriam esquecer disso e que iriam entregar o coraçãozinho a Jesus para sempre. Fiquei ainda mais emocionada ao lembrar que foi em um Natal que eu também abri meu coração para Jesus pela primeira vez. Desde então, Ele entrou em minha vida e me fez trilhar um novo caminho. Por isso eu pude falar do nascimento do Filho de Deus para aqueles pequenos aprendizes.

Aquele poderia ter sido mais um Natal que teria passado praticamente despercebido, envolvido pelo clima de consumismo. Mas meus sentimentos foram impressionantemente arrebatados para pensar no Deus que Se fez homem; no Deus que Se tornou bebê! Eu havia completado 15 anos no dia 23 de dezembro e, como era tradição de adolescente naquela época, fui escrever em um diário que tinha recebido de presente. Como a data inspirou o assunto, me vi completamente absorta tentando compreender por que Jesus viveu neste mundo. Por que Ele morreu daquela maneira?

Lágrimas corriam pelo meu rosto ao imaginar as cenas do sacrifício de Jesus. Mas eu não entendia como Ele havia nos salvado, Se o mundo continuava (e continua) o mesmo – cheio de dor e maldade. Fiquei com dó, achando que a “tentativa” de Deus não tinha dado certo… Eu realmente não conhecia o plano de salvação. E como poderia conhecer?

Nos meses seguintes, Deus providenciou para que várias circunstâncias me levassem a ler a Bíblia pela primeira vez. Depois Ele enviou dois mensageiros para responder às infindáveis perguntas que haviam se formado em minha mente. Não foi um processo fácil, porque nós mesmos dificultamos as coisas e relutamos em aceitar e confiar que o caminho que Deus nos propõe é o melhor. Depois de tanto me debater e sofrer, finalmente me entreguei a Jesus e experimentei a paz. Pude constatar que as promessas dEle nunca falham.

O plano da salvação, o nascimento de Jesus, Sua morte, tudo aconteceu exatamente como tinha que ser. Mas o plano ainda não terminou. Realmente, tudo o que Ele fez seria em vão se Ele não fosse voltar para buscar Seus filhos (João 14:1-3). Ainda estamos cumprindo partes desse plano em nossa vida, e logo veremos o desfecho dos propósitos de Deus, quando estaremos com Ele para sempre, sem a sombra da dor e da maldade.

Faz mais de 20 anos que ouvi a voz do Espírito Santo me convidando a pensar no verdadeiro sentido do Natal. A voz dEle se tornou muito familiar ao longo desses anos e neste Natal só tenho que agradecer por Sua presença, por Seu tão grande amor que me fez conhecer meu Deus, meu Salvador, que decidiu nascer aqui e dar a vida por mim.

Débora Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar

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