Vegetarianismo e meio ambiente não são “coisas da esquerda”

Por muitos anos tenho mostrado que, de fato, a pauta ambientalista vem sendo instrumentalizada para levar avante certas agendas político-religiosas (confira meus posts e vídeos sobre ECOmenismo), mas isso não significa que a natureza não esteja “gemendo”, como diz o apóstolo Paulo, sofrendo sob o pecado e sob as agressões humanas. Não podemos negar a realidade porque certos grupos políticos “sequestram” pautas.

De modo semelhante, trata-se de um absurdo deixar de defender as vantagens comprovadas de uma dieta vegetariana pelo fato de que pessoas de um espectro político mais à esquerda a defendem. Vegetarianismo definitivamente não é “coisa de esquerda”. Trata-se de uma dieta comprovadamente mais saudável que a carnívora, quando praticada com bom senso e informação.

Estudos feitos por universidades como a de Loma Linda e a USP (vide Estudo Advento) deixaram claro que os vegetarianos têm muitas vantagens sobre aqueles que utilizam na dieta alimentos de origem animal.

Claro que, quando se trata de creches e escolas públicas, é preciso levar em conta aspectos ligados a políticas e à saúde públicas, procurando sempre o melhor para a maioria, sem, contudo, tanto quanto possível, deixar de atender às minorias. Mas, sobretudo, que jamais sejam cerceadas a discussão e a busca de informações para a tomada consciente e livre de decisões.

Clique aqui e assista a mais vídeos sobre vegetarianismo e qualidade de vida.

Qualidade de vida e a lei das três tábuas

Vinho tinto: bebida deixa de ser a queridinha na medicina

Por cerca de duas décadas, a bebida foi aclamada como boa para o coração; mas recentemente isso mudou

Em um episódio de 1991 do “60 Minutes”, programa jornalístico da rede americana CBS, o correspondente Morley Safer perguntou como os franceses desfrutavam de alimentos ricos em gordura como patê, manteiga e queijo Brie e ainda tinham taxas mais baixas de doenças cardíacas do que as pessoas nos Estados Unidos. “A resposta a esse enigma, a explicação para o paradoxo, pode residir neste copo convidativo”, disse Safer, erguendo um copo de vinho tinto para os telespectadores.

Segundo Safer, os médicos acreditavam que o vinho tinha “um efeito de limpeza” que impedia que as células formadoras de coágulos sanguíneos se agarrassem às paredes das artérias. Isso, segundo um pesquisador francês que foi destaque no segmento, poderia reduzir o risco de um bloqueio e, portanto, de um ataque cardíaco.

Na época, vários estudos apoiavam essa ideia, disse Tim Stockwell, epidemiologista do Instituto Canadense de Pesquisa sobre o Uso de Substâncias. Os pesquisadores estavam descobrindo que a dieta mediterrânea, que tradicionalmente incentivava um ou dois copos de vinho tinto com as refeições, era uma forma saudável de comer, acrescentou.

Mas foi só no segmento “60 Minutos” que a ideia do vinho tinto como uma bebida virtuosa e saudável se tornou “viral”, disse o especialista. Um ano após a exibição do programa, as vendas de vinho tinto nos Estados Unidos aumentaram 40%. Levaria décadas para que o brilho do halo de saúde do vinho desaparecesse.

A possibilidade de que uma ou duas taças de vinho tinto pudessem beneficiar o coração foi “uma ideia adorável” que os pesquisadores “abraçaram”, disse Stockwell. Isso se enquadra no conjunto mais amplo de evidências da década de 1990 que ligava o álcool à boa saúde.

Num estudo de 1997 que acompanhou 490 mil adultos nos Estados Unidos durante nove anos, por exemplo, os investigadores descobriram que aqueles que relataram ter consumido pelo menos uma bebida alcoólica por dia tinham 30 a 40% menos probabilidade de morrer de doença cardiovascular do que aqueles que não bebiam. Eles também tinham cerca de 20% menos probabilidade de morrer por qualquer causa. No ano 2000, centenas de estudos chegaram a conclusões semelhantes. “Achei que a ciência estava na moda”, disse Stockwell.

Mas alguns pesquisadores vinham apontando problemas com esse tipo de estudo desde a década de 1980, e questionando se o álcool era responsável pelos benefícios observados. Talvez as pessoas que bebiam moderadamente fossem mais saudáveis do que aquelas que não bebiam porque eram mais propensas a ser educadas, ricas, fisicamente ativas e mais propensas a ter seguro de saúde e a comer mais vegetais, diziam. Ou talvez, acrescentaram esses pesquisadores, fosse porque muitos dos “não bebedores” nos estudos eram na verdade ex-bebedores que haviam parado porque desenvolveram problemas de saúde.

Kaye Middleton Fillmore, pesquisadora da Universidade da Califórnia, São Francisco, estava entre aqueles que pediam mais escrutínio da pesquisa. “É incumbência da comunidade científica avaliar cuidadosamente essa evidência”, escreveu ela em um editorial publicado em 2000.

Em 2001, Fillmore persuadiu Stockwell e outros cientistas a ajudá-la a examinar os estudos anteriores e reanalisá-los de maneiras que pudessem levar em conta alguns desses viéses. Stockwell se lembra de ter dito à Fillmore, que morreu em 2013: “Trabalharei com você nisso.” “Mas eu estava realmente cético em relação a tudo isso”, revelou.

No fim, a equipe encontrou um resultado surpreendente: em sua nova análise, os benefícios anteriormente observados do consumo moderado de álcool haviam desaparecido. Suas descobertas, publicadas em 2006, foram manchete por contradizerem a sabedoria predominante: “Estudo coloca um ponto final na crença de que um pouco de vinho ajuda o coração”, relatou o Los Angeles Times.

“Isso incomodou muitas pessoas”, disse o Stockwell. “A indústria do álcool deu grandes passos e gastou muito dinheiro para neutralizar essa mensagem um tanto desconfortável que estava surgindo”, acrescentou.

Poucos meses depois, um grupo financiado pela indústria havia organizado um simpósio para debater a pesquisa, e eles convidaram Fillmore. Em notas que Stockwell guardou, Fillmore escreveu que a discussão estava “acalorada e intensa, a ponto de eu sentir que precisava tirar meu sapato e bater na mesa”.

Quando dois organizadores do congresso publicaram um resumo do simpósio que dizia que “o consenso do congresso” era que o consumo moderado de álcool estava associado a uma melhor saúde, Stockwell disse que Fillmore “estava furiosa” porque suas opiniões não foram representadas.

Desde então, muitos outros estudos, incluindo um que Stockwell e seus colegas publicaram em 2023, confirmaram que o álcool não é a bebida saudável para o coração que se acreditava. Em 2022, pesquisadores relataram notícias mais graves: não apenas não havia benefício cardiovascular em beber álcool, mas isso também poderia aumentar o risco de problemas cardíacos, disse a médica Leslie Cho, cardiologista da Cleveland Clinic.

Hoje, cada vez mais pesquisas mostram que até mesmo uma dose por dia pode aumentar a probabilidade de desenvolver condições como pressão alta e um ritmo cardíaco irregular, ambos os quais podem levar a AVC, insuficiência cardíaca ou outras consequências para a saúde.

(O Globo)

Neurocientista faz alerta sobre duas bebidas comuns e prejudiciais ao cérebro

O neurocientista Robert W. B. Love fez um alerta quanto à ingestão de bebidas bastante conhecidas e consumidas. Elas afetam o cérebro

Considerado o principal órgão do corpo humano, o cérebro requer cuidados, principalmente para evitar doenças que o prejudiquem. Algumas condições cerebrais estão associadas a escolhas de estilo de vida, a exemplo da alimentação. Segundo um neurocientista, há duas bebidas que podem aumentar o risco de demência. Especialista em prevenção a doença de Alzheimer – tipo mais comum de demência -, o neurocientista Robert W. B. Love fez um alerta quanto à ingestão de bebidas bastante conhecidas e consumidas, em um vídeo publicado no Instagram. O post do expert já soma mais de 236 mil curtidas. “Evite essas duas bebidas, porque podem aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer”, disse Love no vídeo.

1. Refrigerante diet

A primeira bebida citada pelo especialista é o refrigerante diet. Segundo Love, embora seja comum trocar as opções regulares, adoçadas com açúcar, pelas versões dietéticas, a escolha não é tão benéfica. “As pessoas pensam que é uma substituição saudável, mas é muito, muito ruim.”

De acordo com o expert, a maioria dos refrigerantes dietéticos é adoçada com uma substância sintética, no caso, o aspartame. “Não é bom para as bactérias intestinais e está associado a muitos efeitos colaterais negativos, incluindo o câncer em animais”, ressaltou o neurocientista.

Para comprovar a tese, Robert W. B. Love mencionou estudos sobre o consumo de aspartame contido em refrigerantes diet. Pesquisas comprovaram que o adoçante sintético oferece maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. “É muito prejudicial [para o cérebro]”, defendeu. “Qualquer fator que aumente o risco de diabetes eleva o risco de doença de Alzheimer. E refrigerante diet definitivamente pode fazer isso”, ponderou o neurocientista.

2. Álcool

Em relação ao álcool, Love afirmou que a substância pode ser prejudicial para as bactérias intestinais. O neurocientista enfatizou que o que afeta o intestino, como resultado, afeta o cérebro. O expert lembrou que as bebidas alcoólicas também fazem mal ao fígado.

Tais substâncias diminuem a atividade do córtex pré-frontal que, na avaliação do neurocientista, é uma espécie de automonitoramento. “Quando você diz: ‘O álcool solta a minha língua.’ Na verdade, ocorre o desligamento de parte do seu cérebro que se censura. Não é bom acontecer isso se quiser reduzir o risco de doença de Alzheimer.”

Perigos reais do uso da maconha

Especialista fala das ameaças do uso de maconha para a saúde e adverte quanto a efeito a curto e longo prazo

A maconha (Cannabis sativa) atualmente é a droga ilícita mais consumida no mundo. E, se considerarmos as drogas ao todo, ela só perde para o cigarro e o álcool. Ela é, normalmente, administrada via inalação (fumada) ou ingestão (comida); o uso inalado é mais utilizado porque tem uma absorção e, consequentemente, efeito mais rápidos.

O consumo da maconha, portanto, traz consigo riscos concretos que podem ter impactos na saúde e na vida de um indivíduo. O uso de maconha está aumentando em todos os grupos etários adultos, abrangendo ambos os sexos e até mulheres grávidas. Paralelamente, a percepção sobre o quão prejudicial o consumo de maconha pode ser está em declínio. Cada vez mais os jovens, hoje em dia, não consideram o uso de maconha como um comportamento arriscado.

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Como Viver Até os 100: Segredo das Zonas Azuis (resumo do episódio 2)

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Resumo do 2° episódio da série da Netflix “Como Viver Até os 100: Segredo das Zonas Azuis”: Sardenha (Barbagia), Itália, e Loma Linda, Califórnia, EUA

  • Os vilarejos em que há maior longevidade são montanhas a mais de 700 metros do nível do mar. Em todos esses lugares, a pessoa ou sobe ou desce para sair de casa; não há caminhos planos; as casas têm cerca de 30 degraus.
  • Baixos índices de doença cardíaca e diabetes.
  • Alimentação com pão de fermentação natural que já faz a pré-digestão dos carboidratos; muitos vegetais com carboidratos complexos, cereais integrais, fibras (diminuem inflamação e melhoram a imunidade, além de diminuir a absorção de colesterol).
  • Nos EUA, para cada homem centenário, há cinco mulheres; na Sardenha é 1:1. Maior concentração de homens centenários no mundo, normalmente pastores de ovelhas – caminham, cochilam, sem estresse (estresse produz pico de glicose e elementos inflamatórios; em situações pontuais, são protetivos; de forma crônica, são maléficos).
  • Não têm acesso ou não se importam com os problemas mundiais ou com os que não podem controlar – mídias. Ao lidarmos com problemas que podem ser resolvidos, o estresse é benéfico.
  • Não há asilos nem casas de repouso para os idosos (perda de 2-6 anos de vida); eles ficam com a família.
  • Exercícios naturais de caminhar em subida ou descida; carboidratos complexos; controle do estresse; cuidado familiar com idosos.
  • Loma Linda, California:
  • Região densamente habitada e desenvolvida; não é um lugar retirado como Sardenha e Okinawa.
  • Homens vivem 7,3 anos e mulheres 4,4 anos a mais que o americano médio.
  • Tudo gira em torno da religião e da comunidade. Os adventistas são fortes em exercícios físicos e voluntariado (o que aumenta níveis de felicidade, envolve muitas vezes exercícios físicos e traz um propósito para a vida).
  • Alimentação vegetariana balanceada: 60% das calorias dos adventistas vêm de frutas e vegetais, e só 5% de carne, peixe e frango. A média do americano é de 15% (risco para diabetes, doença cardiovascular, alguns cânceres, obesidade). Há nutrientes que só são encontrados em vegetais e que causam uma saúde melhor. Quem come nozes regularmente tem três anos a mais de vida.
  • Adventistas vegetarianos pesam cerca de 9 Kg a menos que a população em geral.
  • Os adventistas têm um santuário no tempo: o sábado. Quem frequenta serviços religiosos pelo menos duas vezes por semana tem uma expectativa de vida de sete anos a mais.
  • Hábitos de saúde são contagiosos. Se os seus três melhores amigos são obesos, sua chance de ser obeso é enorme.
  • Os adventistas de Loma Linda fazem parte de uma tribo que se engaja em tarefas benéficas para a saúde.
  • Voluntariado, dieta vegetariana, fé e participação nos serviços religiosos comunitários; fazer parte da tribo certa.

Dr. Ivan Stabnov

Documentário da Netflix destaca estilo de vida saudável adventista

A minissérie apresenta, no segundo episódio, a realidade do estilo de vida saudável dos adventistas em Loma Linda, EUA

Uma nova minissérie da plataforma de streaming Netflix, lançada em agosto de 2023, apresenta em quatro episódios os hábitos nas comunidades experimentados pelas pessoas consideradas mais longevas do mundo. O documentário chamado Como viver até os 100: os segredos das zonais azuis é baseado no livro The Blue Zone: 9 lessons of living longer from the people who’ve live the longest, de autoria do escritor Dan Buettner.

O norte-americano é autor de uma pesquisa que, por mais de duas décadas, averiguou em detalhes quais as razões pelas quais homens e mulheres de pelo menos cinco regiões do planeta alcançam uma vida mais longa. Sua análise se concentrou em Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Icária (Grécia), Nicoya (Costa Rica) e Loma Linda (Estados Unidos).

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Psiquiatras e CFM defendem que não há quantidade segura para consumo da maconha

Instituições entendem que a descriminalização, ao aumentar o consumo, também amplia o poder do tráfico, o que contribui para maiores índices de violência

maconha

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai retomar o julgamento que discute se é crime o porte de drogas para consumo próprio. O caso volta ao debate na próxima quarta-feira (23). Até o momento, a Corte tem quatro votos para liberar o porte de maconha para consumo pessoal. Mas um grupo de especialistas da Saúde entende que a descriminalização, ao aumentar o consumo, também amplia o poder do tráfico, o que contribui para maiores índices de violência. O assunto, complexo, levou o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) a unirem forças, na última semana, para reafirmarem um posicionamento contrário à descriminalização da maconha no País.

No documento, as entidades alegam que, diante da retomada do debate público sobre a questão, medidas que liberem ou flexibilizem o uso de drogas podem resultar no aumento do consumo, comprometimento da saúde (de indivíduos e da coletividade), e fortalecimento do narcotráfico.

O presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, ressaltou que uma possível facilitação no acesso a entorpecentes pode agravar a situação do Brasil, que já registra cerca de 70 milhões de pessoas com algum transtorno psiquiátrico. Além disso, 11,3% da população brasileira sofrem com sintomas depressivos.

“Sabe qual é a quantidade prevista que é segura para o consumo da maconha? Zero! Não há quantidade prevista de segurança do uso. Se há que banir uma droga da face da Terra, é a maconha. Então, a gente tem que diminuir é a produção. Nós temos que diminuir a possibilidade de distribuição. Nós conseguimos fazer isso com o antibiótico. Nós podemos conseguir fazer isso com todas as drogas”, alertou Antônio Geraldo. 

Para o CFM e a ABP, o consumo da maconha, mesmo sob alegação medicinal, representa riscos. “Trata-se de droga que causa dependência gravíssima, com importantíssimos danos físicos e mentais, inclusive precipitando quadros psicóticos (alguns não reversíveis) ou agravando sintomas e a evolução de padecentes de comorbidades mentais de qualquer natureza, dificultando seu tratamento, levando a prejuízos para toda a vida”, afirmam, em nota, o CFM e a ABP.

Para ambas as instituições, não há experiência histórica ou evidência científica que mostre melhoria com a descriminalização de drogas ilícitas. “Pelo contrário: é nos países com maior rigor no enfrentamento às drogas que há diminuição do número de casos de dependência química e de violência relacionada ao consumo e tráfico dessas substâncias. No Brasil, um exemplo dessa abordagem é o combate ao tabagismo, que caiu de um índice de consumo de 50%, na população em geral, para cerca de 10%.” […]

No último dia 17, senadores foram unânimes em defender que o Congresso Nacional é o único Poder responsável e legítimo para promover mudanças na Lei de Drogas no Brasil: Lei 11.343/2006.

Para o CFM e a ABP, o Estado brasileiro deveria investir em estratégias efetivas para o combate ao tráfico de drogas, fortalecer ações preventivas e educativas, especialmente junto à população social e economicamente mais vulnerável, além de ampliar e qualificar a rede de assistência médica e psicossocial aos usuários.

Diante desse cenário, as duas entidades pedem a atenção das autoridades. Elas apelam para que esse tema seja analisado com o devido critério, com base em argumentos técnicos e éticos, e em defesa dos interesses da maioria da população, que sofre as consequências geradas por esse problema grave e complexo, com impacto negativo na saúde e na segurança. 

(JC Saúde e Bem-Estar)

Como Viver Até os 100: Segredo das Zonas Azuis (resumo do episódio 1)

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Resumo do primeiro episódio da série “Como Viver Até os 100: Segredo das Zonas Azuis”, da Netflix. Anotações do Dr. Ivan Stabnov

  • 2/3 dos oito bilhões de seres humanos morrerão precocemente por doenças preveníeis.
  • Pela primeira vez na história a expectativa de vida no norte-americanos diminuiu.
  • Não deveríamos tentar evitar a morte, mas aprender a viver.
  • Cinco lugares muito diferentes: montanha, ilhas, lugar remoto, e até urbano, mas todos compartilham do mesmo princípio. Vivem sem se esforçar para viver mais de 100 anos.
  • Okinawa: grupo de ilhas ao sul do Japão. O maior número de centenários na história do mundo, conhecida como “Terra dos Imortais”; ali quase não há diabéticos nem dementes; 1/5 da quantidade de doenças cardíacas. 81/100.000 comparado aos EUA; 20/100.000 centenários. Relacionamento familiar, não se aborrecer, perdoar rápido, apoio familiar, risadas, positividade. Batata-doce (roxa) (beni imo); 70% das calorias vem disso (comparado a 3%) no resto do Japão – à prova de tufões, fibras e carboidratos complexos, riquíssimo em antioxidantes (150% mais que mirtilo), goya (melão de São Caetano), baixa glicose e artemísia – anti-inflamatório, tofu – diminui o colesterol, pode diminuir a progressão de alguns tipos de câncer. Eles comem 85 g em média de produtos de soja por dia.
  • O FDA recomenda 2000 calorias ao dia de consumo; nos EUA a média é de 3600. Um hambúrguer tem cerca de 750 calorias, um prato típico em Okinawa tem 350 com peso semelhante.
  • Hara hachi bu – 80% satisfeito, pare. Ficar saciado sem estar empanzinado.
  • Não há móveis para se sentar – nos EUA, uma das dez maiores causas de morte é queda – faltam equilíbrio e força muscular.
  • Plantam e cuidam de jardins todos os dias – 2 horas de exercício leve e de baixa intensidade, que trabalha todo o corpo, gerando muitos benefícios.
  • Fazem grupos de apoio financeiro e, ao mesmo tempo, relacionamento – solidão retira 15 anos de vida; nada na medicina pode dar 15 anos de vida, mas amigos podem.
  • A guerra ajudou a sobrevivência; viver com menos, olhar com perspectiva diferente.
  • Ikigai (missão, propósito); não se aposentam nunca, estão sempre contribuindo.
  • Segredos de Okinawa: uso de ervas medicinais, baixa densidade calórica, restrição calórica, exercícios, relacionamentos, ikigai – missão/propósito.

Efeitos cognitivos do uso prolongado de maconha

O impacto da cannabis no comprometimento cognitivo é maior do que no uso de álcool ou tabaco

Em junho de 2022, 37 estados dos EUA aprovaram leis de cannabis medicinal e 19 estados legalizaram a cannabis recreativa. A cannabis provou ser benéfica para uma série de condições, como distúrbios convulsivos na infância, náuseas, vômitos e perda de apetite em pessoas com HIV/AIDS. Nesse ínterim, uma nova geração de produtos de cannabis explodiu, impulsionada pelo marketing que alimenta uma indústria multibilionária. O teor médio de THC (tetra-9-tetrahidrocanabinol, o químico psicoativo e potencialmente viciante da cannabis) em produtos de plantas fumadas aumentou de 1% para 4% na década de 1970 para 15% a 30% nos dispensários de cannabis atuais. Vaporizadores podem conter concentrações ainda maiores de THC.

Embora a percepção pública de que a cannabis é uma substância inofensiva esteja crescendo, os benefícios e riscos a longo prazo do uso de cannabis permanecem obscuros. No entanto, surgiu um padrão consistente de pesquisa: o uso pesado e prolongado de cannabis pode afetar a cognição da meia-idade.

Uma pesquisa recente publicada no The American Journal of Psychiatry acompanhou de perto quase 1.000 indivíduos na Nova Zelândia dos 3 aos 45 anos de idade para entender o impacto do uso de cannabis na função cerebral. A equipe de pesquisa descobriu que os indivíduos que usaram cannabis a longo prazo (por vários anos ou mais) e fortemente (pelo menos semanalmente, embora a maioria em seu estudo usasse mais de quatro vezes por semana) exibiam deficiências em vários domínios da cognição.

O QI dos usuários de cannabis de longo prazo diminuiu em média 5,5 pontos desde a infância, e houve déficits na velocidade de aprendizado e processamento em comparação com pessoas que não usaram cannabis. Quanto mais frequentemente um indivíduo usa cannabis, maior é o comprometimento cognitivo resultante, sugerindo um potencial elo causal.

O estudo também descobriu que as pessoas que conheciam bem esses usuários de cannabis de longo prazo observaram que eles desenvolveram problemas de memória e atenção. As descobertas acima persistiram mesmo quando os autores do estudo controlaram fatores como dependência de outras drogas, status socioeconômico na infância ou inteligência infantil inicial.

O impacto da cannabis no comprometimento cognitivo foi maior do que o uso de álcool ou tabaco. Usuários de cannabis de longo prazo também tinham hipocampo menor (a região do cérebro responsável pelo aprendizado e pela memória). Curiosamente, os indivíduos que usavam cannabis menos de uma vez por semana sem histórico de desenvolvimento de dependência não apresentavam déficits cognitivos relacionados à cannabis. Isso sugere que há uma variedade de uso recreativo que pode não levar a problemas cognitivos de longo prazo.

A nova pesquisa é apenas um dos vários estudos que sugerem que existe uma ligação entre o uso pesado de cannabis a longo prazo e a cognição. Ainda assim, estudos futuros são necessários para estabelecer a causa e explorar como o uso prolongado de cannabis pode afetar o risco de desenvolver demência, uma vez que o comprometimento cognitivo na meia-idade está associado a taxas mais altas de demência.

Algumas pessoas que consomem cannabis a longo prazo podem desenvolver nevoeiro cerebral, motivação reduzida, dificuldade de aprendizado ou dificuldade de atenção. Os sintomas geralmente são reversíveis, embora o uso de produtos com maior teor de THC possa aumentar o risco de desenvolver sintomas cognitivos. […]

(Harvard Medical School)