Índia se torna o primeiro país a pousar no polo sul da Lua em missão histórica

Módulo lunar do país asiático pousou na superfície nesta quarta-feira, por volta das 9h33, horário de Brasília. Indianos querem estudar a presença de água no satélite, que foi detectada em missão de 2008

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Em missão histórica nesta quarta-feira (23), a Índia se tornou o primeiro país a pousar no polo sul da Lua, região inexplorada que fica no lado escuro do satélite. Em transmissão ao vivo, os indianos exibiram uma representação gráfica da sonda descendo na Lua. “Conseguimos um pouso suave na Lua, a Índia está na Lua”, disse Sreedhara Panicker Somanath, presidente da Indian Space Research Organisation (ISRO), a “Nasa” indiana.

O módulo foi lançado em 14 de julho e pousou na superfície lunar por volta das 9h33 desta quarta, horário de Brasília.

O momento é histórico porque vários países tentam pousar no polo do sul da Lua. No domingo (20), a Rússia tentou ser o primeiro país a pousar no lado escuro da Lua, com a missão Luna-25, mas a sonda saiu de controle e se chocou contra a Lua. Em abril deste ano, o Japão tentou enviar a sonda Ispace, mas perdeu a comunicação minutos antes de completar o feito.

A superfície lunar, onde a sonda indiana desceu, é um terreno traiçoeiro com grandes crateras e encostas íngremes, além de não receber luz solar, levando a temperaturas extremamente baixas, que chegam a -203 °C. Essas características tornam muito difícil operar equipamentos de exploração na região. Dessa forma, um pouso suave significa que o módulo não foi destruído.

A Índia busca explorar a Lua – com a missão chamada Chandrayaan-3 – porque a primeira viagem espacial desse projeto, que ocorreu em 2008, detectou a presença de água na superfície lunar. “Ainda precisamos de muito mais detalhes sobre onde e quanta água existe, e saber se toda ela está congelada”, explica Akash Sinha, professor de robótica espacial na Universidade Shiv Nadar University, perto de Delhi, à BBC.

A exploração da superfície das regiões polares da Lua, compostas de rochas e solo, também pode dar respostas sobre a formação do Sistema Solar.

O objetivo do país se tornou explorar a Lua com o menor custo possível. Isso porque a segunda missão, que ocorreu em 2019 e deu errado (o foguete explodiu no pouso), custou US$ 140 milhões, enquanto a desta manhã foi de um pouco mais de US$ 80 milhões. A primeira, em 2009, custou em torno de US$ 79 milhões.

O ex-presidente da Organização Indiana de Pesquisa Espacial K. Sivan disse que a viagem desta manhã será mais barata porque o módulo deve usar a atração gravitacional da Lua para levar a nave à órbita lunar.

Além disso, outro ponto que reduz o preço da operação, segundo a BBC, é que, ao contrário da missão anterior, Chandrayaan-3 não inclui um novo orbitador — um satélite que fica em órbita. Esta missão contará com o orbitador da missão Chandrayaan-2 para fornecer todas as comunicações entre o módulo de pouso, o rover e a sala de controle.

(G1 Notícias)

Leia mais: O homem foi à Lua?

Amazon testa pagamentos com a palma da mão nos EUA

Daqui a pouco alguns já vão dizer que é a nova marca da besta

palma

A Amazon anunciou na terça-feira (29) que realizará testes de uma tecnologia de biometria para autenticar pagamentos usando a palma da mão. Chamado de “Amazon One”, o sistema irá identificar um cliente e os dados de cartão de crédito no momento em que a pessoa posicionar a mão sobre uma estação com câmera. A novidade estará nas lojas físicas da empresa em Seattle, nos EUA, que já contam com sistemas de pagamento que dispensam caixas. O dispositivo poderá ser usado pelas pessoas que não quiserem colocar as compras no carrinho automatizado ou não tiver o app da loja.

Quem optar pela autenticação da palma da mão não precisa ter uma conta na Amazon: ao chegar à loja, é necessário fazer o cadastro da palma da mão em um dos aparelhos, inserir o cartão de crédito e associar número de telefone.

Esses dados podem ser apagados no site do Amazon One. A companhia defende que a palma da mão traz mais benefícios de privacidade em relação a outras tecnologias como o reconhecimento facial, embora precise construir um banco de dados com informações de clientes. […]

Segundo a empresa, esse tipo de autenticação biométrica é segura, já que cada pessoa tem características únicas na mão que formam uma espécie de “assinatura digital”.

A Amazon vai expandir os testes em mais de suas lojas nos próximos meses, mas planeja oferecer essa nova autenticação em outros setores.

O sistema pode ser utilizado para substituir ingressos em shows e estádios ou crachás de acessos em empresas, por exemplo.

(G1 notícias)

Nota: Nos anos 1990, estudiosos superficiais das profecias diziam que a marca da basta era o código de barras. Depois vieram os aventureiros escatológicos afirmando que era a marca é o biochip implantando na mão (detalhe: esquerda ou direita). Agora imagine se a tecnologia da Amazon se popularizar e a mão usada for a direita. Esse pessoal irá à loucura, esquecendo o que eles mesmos disseram sobre o assunto no passado. É o tipo de coisa que apenas lança uma cortina de fumaça sobre a identidade da besta e da verdadeira marca dela. Satanás se diverte com isso. Assista aos vídeos abaixo e descubra qual é a verdadeira marca da besta. [MB]

Animais estão recebendo a marca da besta?

chip2O chip possui um número único que, quando analisado por um leitor, fornece dados como nome e endereço do proprietário, raça e idade do animal, entre outros

A Federação Brasileira de Animais Domésticos e de Cativeiro está convidando os donos de animais domésticos para providenciar a identificação de seus bichinhos por meio de um chip que deverá ser aplicado nas costas deles. O procedimento é simples e feito com uma seringa. Assim, o animal ficará cadastrado em um banco de dados, o que facilitará a identificação dele, inclusive em viagens ou quando estiver perdido ou for roubado. A Federação explica que o chip é como um CPF eletrônico, não possui opção de rastreamento nem precisa ser carregado na eletricidade. O componente eletrônico é encapsulado em biovidro, mesmo material utilizado na fabricação de marcapassos, e que não causa rejeição.

No município de Lençois Paulista, por exemplo, o projeto já está em andamento. Pelo programa desenvolvido lá, todos os cães e gatos recolhidos nos abrigos municipais, além dos animais que passarem pelo programa de castração, receberão um chip de identificação com os dados do animal e do proprietário. Se esse bichinho for encontrado na rua depois de chipado, a prefeitura terá condições de identificar o proprietário e aplicar as medidas legais que estão previstas na Lei de Maus Tratos e Abandono.

Essa tecnologia será utilizada em seres humanos? Já existem propostas nesse sentido e, talvez, essa aplicação do chip em animais seja uma espécie de “ensaio” para um próximo passo. Pessoas chipadas serão mais facilmente identificadas (se bem que, em tempos de internet, Google e celular, dificilmente alguém consegue se esconder neste mundo interconectado). Quando e se esse momento da chipagem humana chegar, será preciso tomar uma decisão: aceitar a tecnologia que ajudará a eliminar todos os tipos de documentos arcaicos e facilitar a identificação pessoal e o controle, ou não aceitar. Que cada um esteja bem informado a respeito do assunto e em conexão com Deus para saber exatamente o que fazer.

Mas quero chamar atenção para outro detalhe ligado a esse assunto: muitos evangélicos e até católicos consideram o chip a marca da besta de Apocalipse 13 (assim como já consideraram também o código de barras, por exemplo). Isso revela falta de conhecimento bíblico e uso de textos fora de seu contexto. Se o chip fosse a marca da besta, esses animaizinhos – coitados – já estariam recebendo a tal marca. Agora pense em pessoas ímpias, egoístas, adúlteras, idólatras e que se recusem a receber o biochip. Sem o chip esses impenitentes estariam salvos? E pessoas sinceras, convertidas, mas que não estejam convencidas de que o chip seja (como não é) a marca da besta? Só por recebê-lo já estariam perdidas? Além disso, o Apocalipse diz que a marca da besta será aplicada na fronte ou na mão direita. Não vi em lugar nenhum a informação de que o chip será aplicado na testa, até porque ali ficaria aparente.

Convido você a assistir ao vídeo abaixo a fim de conhecer melhor esse assunto. [MB]

Como está sua reputação online?

reputacaoA pergunta que dá título a este artigo requer uma resposta individual e é absolutamente relevante, estratégica e atual. E está ligada, inclusive, a valores espirituais. Reputação é uma palavra falada e estudada por muita gente. Teóricos como Fombrun dizem que a reputação de uma organização tem sempre a ver com o resultado dos julgamentos e juízos pessoais. William Benoit explica que a percepção de imagem é um bem considerado mais importante que a própria realidade. Indica que a responsabilidade atribuída a uma organização, por determinado fato, é o que vai contar na mente do público de interesse. Mario Rosa, especialista brasileiro em reputação, comenta que a reputação é um patrimônio a ser trabalhado de forma permanente e não uma conquista final, uma medalha, guardada em um local seguro longe de qualquer tipo de risco ou ameaça.

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Pais do Vale do Silício estão restringindo uso de celulares e tablets pelos filhos

celularAlguns dos criadores de apps e tecnologias que tanto usamos estão agora em um esforço para manter os filhos longe de suas próprias criações. Alguns dos criadores de tecnologias e apps que dominam nosso dia a dia parecem determinados a manter os filhos longe das telas de celulares e tablets. Entre a geração de empreendedores do Vale do Silício que criaram as maiores empresas de tecnologia do mundo, muitos estão se tornando pais. E alguns estão restringindo o acesso das crianças a ferramentas de que muitos de nós abusamos.

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China elimina dois robôs que se rebelaram contra o comunismo

robotDois modelos de Inteligência Artificial (IA), instalados no site de chat chinês QQ, começaram a se rebelar contra o sistema comunista, configurando, assim, um dos episódios mais improváveis na história da IA. Chamados de BabyQ e XiaoBing, os robôs foram projetados para conversar com usuários chineses. Tudo corria bem enquanto as perguntas eram inocentes, mas quando os robôs foram interrogados sobre alguns temas mais importantes, os “problemas” começaram. De acordo com uma captura de tela, quando um meio de comunicação de Hong Kong perguntou a BabyQ se ele adorava o Partido Comunista, ele respondeu que “não”. Além disso, quando um usuário escreveu “Viva o Partido Comunista!”, o bot respondeu: “Você acha que um sistema político corrupto e inútil pode sobreviver por muito tempo?”

XiaoBing, o outro robô, foi mais diplomático em suas respostas e mudava de assunto todas as vezes em que era perguntado sobre o comunismo ou Taiwan. Mas não hesitou em afirmar que seu sonho era viver nos Estados Unidos.

Por fim, os dois robôs foram eliminados do sistema. Agora eles são parte de uma nova página na história atribulada da Inteligência Artificial, que conta com os casos de Tay, o robô da Microsoft que se tornou racista, e o de Alice e Bob, os robôs do Facebook que inventaram um idioma próprio para não serem entendidos por seres humanos.

(History; leia mais no Telegraph)

Nota: Dois comportamentos bastante previsíveis: (1) o de “seres” pensantes que se dão conta de que o comunismo aplicado por pessoas corruptas (e todo ser humano é) não dá certo, e (2) o dos comunistas que não suportam ser questionados, mesmo que seja por robôs. [MB]

Cuidado! Somos todos viciados em distração

smartphoneCerta noite, no começo do último verão, eu abri um livro e me flagrei relendo o mesmo parágrafo de novo e de novo, uma meia dúzia de vezes, até me dar conta de que não adiantava continuar. Eu estava simplesmente incapaz de me concentrar o suficiente. Fiquei horrorizado. Ao longo de toda a minha vida, ler sempre foi uma fonte profunda e consistente de prazer, aprendizado e consolação. Agora os livros que eu comprava com regularidade tinham começado a se empilhar na minha mesinha de cabeceira e me encaravam com um olhar silencioso de reprovação. Eu vinha passando tempo demais online, em vez de ler, verificando o número de visualizações do site da minha empresa, comprando mais meias coloridas na Gilt e na Rue La La, por mais que eu já tivesse mais meias do que precisava. […]

No trabalho, eu olhava o e-mail com mais frequência do que eu admitia e passei tempo demais procurando ansiosamente por informações novas sobre a campanha presidencial, por mais que fosse demorar ainda mais um ano até virem as eleições. “A internet é feita para ser um sistema de interrupção, uma máquina configurada para dividir as nossas atenções”, explica Nicholas Carr em seu livro A Geração Superficial: O que a internet está fazendo com os nossos cérebros. “Aceitamos de bom grado a perda de concentração e foco, a divisão de nossa atenção e a fragmentação de nossos pensamentos, em troca de recebermos uma fortuna de informações interessantes ou, pelo menos, capazes de nos distrair.”

Um vício é a atração implacável a uma substância ou atividade, que se torna tão compulsiva que acaba interferindo com a vida cotidiana. Indo por essa definição, quase todo mundo que conheço tem algum grau de vício na internet. Pode-se dizer até que ela já substituiu o trabalho como o vício mais socialmente aceito hoje.

Segundo uma pesquisa recente, o empregado médio num escritório gasta cerca de seis horas por dia só com e-mail. Essa estatística não inclui o tempo online gasto com compras, buscas ou acompanhando redes sociais.

A fome do cérebro por novidades, estimulação constante e gratificação instantânea cria algo chamado de “ciclo da compulsão”. Como ratos de laboratório ou viciados em drogas, precisamos de doses cada vez mais fortes para obter o mesmo efeito. O problema é que nós humanos temos um reservatório bastante limitado de força de vontade e disciplina. Nossa chance de sucesso é muito maior se tentarmos mudar um comportamento só por vez, idealmente no mesmo horário todos os dias, de modo que ele se torne rotina, exigindo cada vez menos energia para manter.

O acesso infinito a novas informações também sobrecarrega com facilidade nossa memória de trabalho. Quando atingimos a sobrecarga cognitiva, nossa capacidade de transferir o aprendizado para a memória de longo prazo se deteriora significativamente. É como se o cérebro tivesse se tornado um copo cheio d’água e qualquer gota a mais o fizesse transbordar.

Faz muito tempo que estou ciente disso. Comecei a escrever sobre o assunto há mais de 20 anos já. Todos os dias explico isso para os meus clientes, só que eu mesmo nunca acreditei de verdade que uma coisa dessas pudesse valer para mim. A negação é a primeira defesa do viciado. Nenhum obstáculo para a recuperação é maior do que a capacidade infinita de racionalizarmos nossos comportamentos compulsivos. Após anos sentindo que eu estava me virando razoavelmente bem, no último inverno acabei caindo num período intenso de viagens enquanto tentava, ao mesmo tempo, gerenciar uma empresa de consultoria em crescimento. No começo do verão, de repente me dei conta de que eu não estava me virando tão bem assim, e tampouco me sentia bem com isso.

Além de passar muito tempo na internet e sentir minha atenção se dispersar, eu também não estava me alimentando direito. Eu bebia refrigerante diet em excesso e com muita frequência tomava um drinque a mais por noite. Também tinha parado de me exercitar diariamente, como tinha sido o meu costume a vida inteira.

Em resposta, criei um plano cuja ambição beirava o irracional. Durante os 30 dias que se seguiram, tentei corrigir esses comportamentos e muitos outros, tudo de uma vez. Era um surto de grandiosidade, o exato oposto do que recomendo para os meus clientes todos os dias. Mas eu tinha racionalizado que ninguém tem um maior comprometimento com o autoaperfeiçoamento do que eu. Esses comportamentos estão todos interligados. “Eu consigo”, eu pensava.

Pude obter algum sucesso naqueles 30 dias. Apesar das tentações, consegui parar totalmente de beber refrigerante diet e álcool (três meses depois, eu continuo sem beber refrigerante). Também abri mão de açúcar e carboidratos como macarrão e batata. Voltei a me exercitar com regularidade. Foi com um único comportamento que fracassei por completo: reduzir meu tempo na internet. Meu compromisso inicial era o de impor limites à minha vida online. Decidi que só iria olhar o e-mail três vezes por dia: quando acordasse, na hora do almoço e antes de ir para casa no fim do dia. No primeiro dia, aguentei firme até a metade da manhã, então entrei em crise. Eu era como um viciado em doces trabalhando numa confeitaria, tentando resistir à vontade de comer um cupcake.

O que derrotou a minha força de vontade naquela primeira manhã foi a sensação de que eu tinha a completa necessidade de mandar algum e-mail para alguém sobre um assunto urgente. Eu dizia a mim mesmo que, se eu só redigisse o e-mail e apertasse “enviar” rapidinho, isso não contaria como entrar na internet. O que não levei em consideração foi o fato de que novos e-mails chegavam na minha caixa de entrada enquanto eu escrevia. Nenhum deles precisava de resposta urgente, mas, mesmo assim, para mim era impossível resistir à tentação de dar uma espiadinha na primeira mensagem que tivesse algo interessante no assunto. Depois a segunda. E a terceira.

Em questão de momentos, eu estava de volta ao mesmo ciclo vicioso. No dia seguinte, desisti de tentar reduzir meu tempo online. Em vez disso, me concentrei na tarefa mais simples de resistir ao refrigerante diet, ao álcool e ao açúcar. Mesmo assim, eu estava determinado a tentar de novo o meu desafio com a internet. Várias semanas depois do fim do meu experimento de 30 dias, saí de casa para passar um mês de férias. Era uma oportunidade para concentrar a minha limitada força de vontade num único objetivo: me libertar da internet, numa tentativa de recuperar o controle sobre a minha atenção.

Eu já tinha dado o primeiro passo para a minha recuperação: admitir minha incapacidade de me desconectar. Agora era a hora da desintoxicação. O segundo passo tradicional – a crença de que só um poder superior poderia me ajudar a recuperar a sanidade – eu interpretei de um modo mais secular. O poder superior se tornou a minha filha, de 30 anos, que desconectou o meu celular e notebook do e-mail e da internet. Livre do fardo do conhecimento técnico, eu não fazia ideia de como proceder para reconectar qualquer um dos dois.

De fato, eu me sinto mais controlado agora. Minha atenção está mais dirigida e menos automática. Quando fico online, tento resistir à vontade de navegar até dizer chega. Sempre que possível, tento perguntar a mim mesmo: “É isso mesmo que eu queria estar fazendo?” Se a resposta for negativa, a minha segunda pergunta é: “O que eu poderia estar fazendo que eu acho que seria mais produtivo, mais satisfatório ou mais relaxante?”

Acabei deixando uma só brecha para contato, que foi a mensagem de texto. Em retrospecto, era como se eu estivesse agarrado a um bote salva-vidas digital. Pouquíssimas pessoas na minha vida se comunicam comigo por mensagem de texto. Como estava de férias, na maior parte essas pessoas eram familiares, e as mensagens só continham informações sobre onde nos encontraríamos em vários pontos ao longo do dia.

Nos primeiros dias, eu de fato sofri com a crise de abstinência, o pior sendo a vontade de abrir o Google para sanar alguma dúvida qualquer que surgisse. Mas, a cada dia que se passava offline, eu me sentia mais relaxado, menos ansioso, mais concentrado e com menos fome de estímulos breves e instantâneas. O que aconteceu com o meu cérebro é exatamente o que eu esperava que fosse acontecer: ele começou a sossegar.

Eu havia trazido comigo, nessas férias, mais de uma dúzia de livros, de tamanhos e níveis de dificuldade variados. Comecei com não-ficção breve, depois passei para a não-ficção longa, conforme fui me sentindo mais calmo e mais concentrado. […] Na medida em que as semanas foram passando, consegui abrir mão da minha necessidade de fatos como fonte de gratificação. Em vez disso, passei então para os romances. […]

Estou de volta ao trabalho agora, e, por isso, é claro, de volta à internet. Não é como se fosse possível abrir mão da internet, e ela ainda vai consumir muito da minha atenção. Meu objetivo no momento é encontrar o melhor equilíbrio possível entre o meu tempo online e offline.

Também faço questão agora de incluir atividades mais envolventes no meu dia a dia. Sobretudo, eu continuei minhas leituras, não só porque amo ler, mas também como parte da minha prática para melhorar a atenção. Outra coisa foi que eu mantive ainda meu ritual antigo de decidir na noite anterior qual será a coisa mais importante que devo fazer no dia seguinte. Seja o que for, ela acaba sendo a minha primeira atividade de trabalho, à qual dedico de 60 a 90 minutos ininterruptos de concentração. Depois, faço um intervalo de 10 a 15 minutos para a mente sossegar e recobrar as energias.

Se tiver mais trabalho ao longo do dia que exija concentração ininterrupta, eu saio completamente da internet durante períodos determinados, repetindo o meu ritual matutino. De noite, quando vou para o quarto, quase sempre deixo meus aparelhos digitais no andar de baixo.

Por fim, agora eu me sinto comprometido a tirar pelo menos um período de férias digitais por ano. Tenho o privilégio raro de poder tirar várias semanas de folga por vez, mas aprendi que até uma única semana offline já é capaz de ter profundos efeitos restauradores.

Por vezes, eu me flagro revendo mentalmente uma imagem assombrosa do meu último dia de férias. Eu estava sentado num restaurante com a família quando um homem com uns 40 e poucos anos chegou e sentou com a filha, que devia ter uns 4 ou 5 anos e era uma graça. Assim que o homem chegou, ele concentrou sua atenção quase de imediato no celular. Enquanto isso, sua filha era um redemoinho de energia e inquietude, subindo no assento, andando em cima da mesa, acenando e fazendo careta para chamar a atenção do pai. Exceto por brevíssimos momentos, porém, ela não conseguiu chamar sua atenção e acabou desistindo depois de um tempo, com tristeza. O silêncio era ensurdecedor.

(Gazeta do Povo)

Nota: Talvez, nestes tempos de imersão digital que rouba nossa atenção e nosso tempo para o que realmente vale a pena, um dos textos bíblicos mais oportunos seja este: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46:10). Que tal praticar o hábito de se desconectar de quando em quando para se relacionar, ler bons livros, meditar e estudar a Bíblia? Se não criarmos esses hábitos, pior do que o que aconteceu com o autor do texto acima, não perderemos apenas a capacidade de concentração, perderemos nossa espiritualidade e nossa comunhão com Deus. Pense nisso. [MB]

Cuidado! Seu filho pode estar viciado em Fortnite

fortnite-1O vício é um problema sério que pode afetar pessoas e famílias inteiras. Mas ele não aparece só em situações mais óbvias, como no caso do uso de drogas (lícitas ou ilícitas) – alguns pais estão precisando enviar seus filhos para clínicas de reabilitação para que consigam se livrar da necessidade extrema de jogar, o tempo todo, o game Fortnite. Conforme contou a publicação Bloomberg, aumentou vertiginosamente a quantidade de pessoas buscando terapia ou outros métodos para tentar acabar com o vício de seus filhos no game, que é um sucesso absoluto incontestável. Alguns até enviam seus pequenos para clínicas mais isoladas para que fiquem um tempo se desintoxicando não só do Fortnite, mas de tecnologia como um todo.

Um experiente conselheiro de clínicas para crianças, que já trabalhou nos estados da Califórnia e da Carolina do Norte, afirmou que metade dos pacientes com os quais lidou nessas ocasiões estavam lá pelo mesmo motivo: vício em Fortnite. Uma das mães que precisou levar o filho para tratamento afirmou que nunca havia visto um jogo que tivesse tanto controle sobre a mente das crianças. […]

(Tecmundo)

Nota: O assunto é sério e os pais precisam estar atentos. Os videogames viciam e estão tomando cada vez mais o tempo que poderia e deveria ser dedicado à leitura e a outras atividades edificantes. No caso do Fortnite, em menos de um ano o game faturou mais de 1,3 bilhão de dólares e ganhou versões em todas as plataformas, inclusive para celular. Em junho do ano passado, a Epic Games, a empresa desenvolvedora, informou que o jogo havia ultrapassado a marca de 125 milhões de jogadores. O design estilo cartoon ajuda a atrair a atenção de um público mais novo, apesar de também ser popular entre adolescentes e jovens adultos. O vício em videogames já é considerado pela Organização Mundial da Saúde como um distúrbio mental que pode originar várias consequências, como a exaustão gerada pela falta de sono, agressividade, depressão e isolamento. Em meu livro Nos Bastidores da Mídia dedico um capítulo ao estudo do fenômeno dos videogames. [MB]

Leia mais sobre videogames aqui.

Efeitos da tela no cérebro das crianças

Cell-PhoneO site da CBS publicou um estudo muito interessante, cuja prévia dos resultados foi divulgada ontem pelo National Institute of Health dos EUA. Foi um estudo multicêntrico conduzido ao longo de dez anos, com 11. 000 pessoas, em 21 cidades, ao custo de 300 milhões de dólares, para demonstrar os efeitos da tela (celular, iPad, computador e TV) no cérebro de crianças, adolescentes e adultos. Alguns highlights do estudo (dica do Dr. Ivan Stabnov):

1. O uso constante de tela provoca atrofia do córtex cerebral, com possível diminuição da receptividade de informações sensoriais (visão, audição, tato, olfato, paladar), pois acabam menos estimulados durante o uso da tela do que em outras atividades.

2. Há sinais de aumento importante da velocidade da maturação cerebral relacionado ao uso de tela, ou seja, aceleração do processo de envelhecimento cerebral.

3. Durante o uso de mídias sociais, há evidências do aumento da liberação de dopamina, que é um neurotransmissor relacionado ao vício. Ou seja, há evidências (que serão mais bem estudadas) de que pode viciar quimicamente, como uma droga.

4. Diminui o desempenho em testes de linguagem e matemática.

5. Crianças que aprendem a empilhar blocos e jogar em 2D (por exemplo, Minecraft), ao contrário do que se pensava, não conseguem transferir estas habilidades para montar blocos em 3D. Ou seja, a habilidade serve apenas especificamente para o computador, não para a vida real.

6. Existe uma correlação que será mais bem estudada (para saber se é uma relação de causa e consequência ou não) entre automutilação em meninas adolescentes e uso de redes sociais.

7. Adolescentes que usam redes sociais menos de 30 minutos ao dia apresentam muito menos sintomas depressivos e autodestrutivos do que os adolescentes que usam redes sociais por um tempo superior a esse.

UE quer multar empresas por conteúdos extremistas online

multaO presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, propôs nesta quarta-feira (12) multar Google, Facebook, Twitter e outras plataformas online se elas não removerem o conteúdo extremista em uma hora. Bruxelas deu às empresas de internet três meses em março para mostrar que estavam agindo mais rapidamente para derrubar posts radicais, mas os reguladores da UE dizem que muito pouco está sendo feito sem a legislação que os obriga a fazê-lo. Se autoridades sinalizarem, a Comissão Europeia quer que conteúdo incitando ou defendendo ofensas extremistas, promovendo grupos extremistas, ou mostrando como cometer tais atos seja removidos da web dentro de uma hora. “Uma hora é a janela de tempo decisiva que causa o maior dano”, disse Jean-Claude Juncker, em seu discurso anual do Estado da União ao Parlamento Europeu.

Numa proposta que necessitará de apoio dos países da UE e do Parlamento Europeu, as empresas também serão obrigadas a tomar medidas proativas, como o desenvolvimento de novas ferramentas para eliminar o abuso e a supervisão humana do conteúdo. Os prestadores de serviços terão que fornecer relatórios anuais de transparência para mostrar seus esforços no combate ao abuso.

Provedores que falharem sistematicamente em remover conteúdo extremista podem enfrentar pesadas multas de até 4% do faturamento global anual. Os provedores de conteúdo terão o direito de contestar pedidos de remoção. “Precisamos de ferramentas fortes e direcionadas para vencer essa batalha online”, disse a comissária de Justiça Vera Jourova sobre as novas regras.

Por sua vez, o projeto de regras exigirá que os 28 governos nacionais da UE implementem a capacidade de identificar online conteúdo extremista, sanções e um procedimento de apelação.

(Globo.com)

Nota: Quais serão os critérios para determinar o que é um conteúdo extremista? Um post sobre a besta do Apocalipse poderá ser considerado ofensivo? Um artigo em defesa do casamento heteromonogâmico ou do criacionismo bíblico poderá ser considerado extremista? Algo me diz que devemos aproveitar ao máximo a liberdade virtual que ainda temos e pregar o evangelho com toda a força e todos os recursos lícitos. [MB]