Nicarágua e Cuba proíbem procissões durante Semana Santa

Na segunda-feira (25), o pároco Lester Rafael Zayas, da paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no bairro Vedado, em Havana, comunicou por meio das redes sociais da igreja que o regime impediu a procissão do Santo Sepultamento, marcada para a Sexta-Feira Santa. Segundo o líder religioso, ele recebeu uma notificação “através dos canais competentes”, declarando a reprovação da cerimônia religiosa, que foi celebrada há mais de 11 anos na paróquia, exceto no período de pandemia. De acordo com a nota divulgada, a recusa se deu em relação ao pároco, cujas homilias “aparentemente deixam algumas pessoas desconfortáveis ​​ou nervosas”, segundo afirmou.

Após o pronunciamento, uma fonte ligada à Igreja Católica, que pediu anonimato, informou ao portal Cubanet que a diocese de Bayamo-Manzanillo, na província de Granma, também teve o evento cancelado pela ditadura. A negação da licença foi notificada por Bismar Quesada, responsável pela secção Bayamo do Gabinete de Atenção aos Assuntos Religiosos do Comité Central do Partido Comunista de Cuba (PCC). Segundo a fonte católica, eles não deram explicações sobre o motivo do impedimento. “Eles nunca dão, apenas dizem sim ou não”, explicou.

A procissão seguiria por várias ruas da cidade com participação dos paroquianos, que costumam acompanhar uma imagem ou santo enquanto rezam e cantam. No caso de Bayamo, as procissões ocorreriam durante o Domingo de Ramos, na Via Sacra e no Santo Sepultamento.

Segundo a fonte, “o regime teme que o cortejo sirva de pretexto para reativar os protestos de 18 de março, quando centenas de cubanos foram às ruas reivindicar seus direitos à comida e eletricidade em meio à crise de ano enfrentada na ilha. “Estão tentando evitar aglomerações”, disse ainda.

A ONG Defensores dos Prisioneiros, que acompanha a situação dos presos políticos em Havana, considerou a proibição da procissão na cidade de Bayamo como “um exemplo da falta de liberdade religiosa na ilha”.

“Cuba reprime esmagadoramente a liberdade religiosa. Isso foi mostrado em uma série de análises recentes: nas relatorias e grupos de trabalho das Nações Unidas; na última resolução do Parlamento Europeu e organizações como a Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos”, afirmou a organização com sede na Espanha.

A Polícia Nacional da Nicarágua destacou cerca de 4 mil agentes, o correspondente a 23% do efetivo da corporação, para impedir procissões em paróquias do país e registrar fotos e vídeos dos católicos durante a Semana Santa. A denúncia foi feita pela advogada Marta Patrícia Molina, que investiga a repressão contra os cristãos na Nicarágua.

“Em alguns templos, chegaram dois policiais e, em outros, até três vans cheias de policiais. Tiraram fotos e vídeos das pessoas entrando e saindo”, disse Molina, em declarações publicadas pelo jornal Confidencial. “Fazem isso para intimidar, mas também para garantir que não haja protestos, algo sem sentido, porque as pessoas vêm para pagar as suas promessas e viver a Semana Santa com fé. Elas não estão pensando em organizar protestos. E [os policiais] também fazem isso para impedir a saída das procissões”, acrescentou a advogada.

Na semana passada, Molina havia afirmado que a ditadura de Daniel Ortega já proibiu 4,8 mil procissões da Quaresma e da Semana Santa deste ano.

Segundo a advogada, essa repressão está obrigando a grande maioria das paróquias a realizar procissões “intramuros” e/ou outras atividades religiosas, como rezar o terço ou acender velas para imagens.

A ditadura da Nicarágua persegue os cristãos, com prisões, expulsões do país, restrições de atividades e confisco de propriedades, porque estes ajudaram manifestantes reprimidos pelo regime sandinista durante os protestos de 2018. Além disso, religiosos como o bispo Rolando Álvarez defenderam a volta da democracia ao país centro-americano.

(Gazeta do povo; aqui e aqui)

Bispos e padres se pronunciam contra a bênção a “casais” do mesmo sexo

Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram perplexidade com as bênçãos a “casais irregulares” e determinaram que não sejam realizadas nestes dois países; bispos e padres do Brasil também se expressaram contra

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Os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram “perplexidade” com as bênçãos a “casais irregulares” e determinaram que não sejam realizadas nestes dois países porque “criariam um enorme escândalo e confusão entre os fiéis”. “A respeito das bênçãos informais a ‘casais irregulares’ (homossexuais), embora seja um sacramento diverso da bênção litúrgica, consideramos que, no nosso contexto cultural e eclesial, criariam um enorme escândalo e confusão entre os fiéis, pelo que determinamos que não sejam realizadas em Angola e São Tomé”, referem num comunicado.

O comunicado da CEAST reage assim à recente sugestão do papa Francisco de se dar a bênção a casais do mesmo sexo, sem transmitir “a concessão errada do casamento”, afirmando ainda que os padres não se podem tornar juízes.

Segundo a CEAST, sua posição tem como suporte a declaração Fiducia Supplicans, que consideram suficiente para orientar o discernimento prudente e paterno dos ministros ordenados” no que respeita às bênçãos dos casais do mesmo sexo, argumentando ainda que “o documento não impõe qualquer linha uniforme”.

Os bispos defendem que a resposta dada pela congregação para a doutrina da fé, no dia 22 de fevereiro de 2021, sobre o tema, é uma prudente opção, “pois ela orienta a acompanhar com caridade pastoral os fiéis que vivem nessas complexas situações e lembra que a igreja “não abençoa nem pode abençoar o pecado”.

Para os bispos da CEAST, o tema de maior incidência no contexto pastoral de Angola e São Tomé é o acesso aos sacramentos, “particularmente do batismo de pessoas adultas que, objetivamente, vivem em pecado e que não pretendem emendar-se ou mudar de vida, assim como os padrinhos”.

“Nesse documento é indicado o caso dos homossexuais e dos transexuais. Entretanto, no nosso contexto poderíamos considerar também os polígamos, as pessoas seriamente envolvidas na feitiçaria, no sincretismo religioso e na violência”, sublinha o documento.

O papa Francisco sugeriu que poderia haver formas de abençoar as uniões entre pessoas do mesmo sexo, respondendo a cinco cardeais conservadores que o desafiaram a afirmar os ensinamentos da Igreja sobre a homossexualidade antes de uma grande reunião em que os católicos LGBTQ+ estão na ordem do dia.

O Vaticano publicou na segunda-feira uma carta que Francisco escreveu aos cardeais em 11 de julho, na qual sugere que as bênçãos poderiam ser estudadas se não confundissem a bênção com o casamento sacramental.

(O Observador)

Nota: No Brasil, o bispo Adair José Guimarães, de Formosa, GO, seguiu o parecer de inúmeras Conferências ao redor do mundo, especialmente às do continente africano, e vetou as bênçãos a “casais” gays em sua diocese. No pronunciamento, ele falou da necessidade de acolher todos aqueles que sofrem com a atração por pessoas do mesmo sexo. Outros líderes católicos assumiram a mesma postura.

A Igreja Episcopal abraçou a agenda progressista e os fiéis sumiram

O sexto maior templo cristão do mundo está em Nova York. A Catedral Episcopal de São João, o Divino, no bairro de Morningside Heights, tem 11.200 metros quadrados de área interna. É uma mistura impressionante dos estilos romanesco, bizantino e gótico, a dois quarteirões da Universidade de Columbia e a um do Tom’s Diner – o restaurante cuja fachada se tornou famosa por causa do seriado Seinfeld. A igreja é um marco de Nova York: já recebeu uma visita do Dalai Lama, um sermão de Martin Luther King e um concerto de Leonard Bernstein.

Mas, do lado de fora, é possível notar que a obra não está pronta. Das duas torres frontais, uma está inacabada e a outra não começou a ser erguida. Outras partes do projeto original, inclusive uma torre central de 140 metros de altura, tampouco saíram do papel. E nem vão sair tão cedo. Não há obras em andamento.

“Atualmente, os recursos são direcionados para priorizar o serviço à comunidade por meio da nossa programação e de nossas iniciativas sociais, além da manutenção da integridade arquitetônica da Catedral”, explica a igreja em sua página na internet. “A igreja de São João, o Divino, vai continuar sendo construída por muitos séculos”, diz o texto.

Mas a Igreja Episcopal talvez não sobreviva até lá. Um novo relatório divulgado no fim de setembro é o mais recente indicativo da decadência da denominação. O balanço de 2022 mostra que, mesmo depois que os templos voltaram a funcionar normalmente após a fase mais aguda da pandemia, os números continuam ruins.

A cada domingo, cerca de 370 mil fiéis comparecem aos templos episcopais nos Estados Unidos. Em 2013, esse número estava acima dos 650 mil. A queda foi de 43% em nove anos. Antes da pandemia, em 2019, a frequência ainda estava perto dos 550 mil. A Covid-19 acelerou o declínio.

No ano passado, a igreja batizou 15,3 mil crianças e realizou 25,9 mil enterros. O número de batismos infantis caiu praticamente pela metade entre 2013 e 2022. O total de membros recuou 21% em uma década. Metade dos fiéis ativos tem mais de 65 anos. Na maioria das igrejas, há menos de 50 fiéis por missa. É uma queda vertiginosa pra uma denominação que, se nunca foi a maior dos Estados Unidos, é a que mais perto chegou de ser a igreja nacional.

“Eu não acredito que a Igreja Episcopal vai desaparecer nos Estados Unidos. Acredito que ela vai contrair e deixar de ser uma igreja de alcance nacional”, explica à Gazeta do Povo Jeff Walton. Ele é diretor do Programa Anglicano do IRD (Instituto de Religião e Democracia), uma organização com sede em Washington.

Walton estima que 55% das paróquias anglicanas estejam numa situação de declínio agudo: “Nos próximos 20 anos, um número elevado de paróquias vai provavelmente fechar ou se fundir”, diz. Walton acrescenta que aproximadamente 12% das congregações episcopais têm apresentado uma trajetória de crescimento. As outras vão ter de batalhar para sobreviver. […]

É difícil saber se o progressismo da Igreja Episcopal é causa ou consequência das mudanças sociais que atingiram os centros urbanos da Costa Leste dos Estados Unidos, onde a denominação tem uma presença mais forte. O fato é que denominação se tornou uma igreja de teologia liberal (apesar de a liturgia continuar tradicional). E isso ajuda a explicar o declínio

Ao abrir mão da ortodoxia cristã e se transformar em uma espécie de clube social, a Igreja Episcopal deixou de cumprir sua função de igreja e não foi capaz de competir com os clubes sociais de verdade. Os fiéis mais ortodoxos se mudaram para igrejas tradicionais. Os fiéis menos ortodoxos passaram a procurar outros clubes. […]

Já nos anos 1960, as lideranças episcopais abraçaram a agenda progressista em temas como o aborto, o divórcio e a sexualidade. Nos anos 2000, a inclinação à esquerda aflorou de vez. Isso levou algumas congregações se desfiliarem. Cinco dioceses inteiras deixaram a denominação e formaram a ACNA (Igreja Anglicana na América do Norte), que mantém o rito anglicano mas não responde nem à Igreja Episcopal, nem à Igreja Anglicana com sede no Reino Unido – que também passou por um processo de liberalização. De certa forma, a ACNA é mais anglicana que o Arcebispo da Cantuária. São 125 mil membros em pouco menos de mil congregações.

Além da politização, a Igreja Episcopal parou de crescer porque parou de fazer proselitismo para atrair novos fiéis. “A Igreja Episcopal não é mais evangelística. A abordagem predominante é a de que Jesus é uma dentre muitas opções, e de que não há consequências eternas para a forma como você se relaciona com ele”, diz Walton. […]

O Diocesano da Igreja Anglicana no Brasil em Vitória, Márcio Simões, afirma que o caso da Igreja Episcopal é representativo. “Não é só nos Estados Unidos. Todas as províncias de linha teológica liberal sofrem o declínio de membresia”, afirma. Simões acredita que a guinada liberal não tem freios. “O liberalismo, eu diria, não tem níveis excessivos; ou se é ou não. A partir da aceitação de ensinos não amparados nas Escrituras, a porta se escancara para os abismos”, diz. […]

Na Filadélfia, a catedral Episcopal vendeu um prédio anexo, que foi demolido e se transformou numa torre residencial de 25 andares. No ano passado, a diocese de Chicago colocou à venda sua sede, um prédio de quatro andares no centro da cidade.

A Catedral de São João, o Divino, fez algo parecido: em 2006, passou adiante parte do próprio terreno, que virou um prédio residencial . O aluguel de um apartamento pequeno não sai por menos de R$ 30.000. Além disso, a nave principal do templo agora pode ser alugada para eventos privados não religiosos.

Isso seria inimaginável quando a obra da Catedral foi lançada, em 1892. A denominação vivia um momento de otimismo. Hoje, a fachada inacabada é um retrato da Igreja Episcopal. A fé no futuro acabou antes da obra.

(Terra Brasil Notícias)

Marcha para Exu reúne milhares de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo

Exu é uma das entidades mais louvadas das religiões de matriz africana

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Um mar de pessoas, em sua maioria vestindo roupas nas cores preta e vermelha em alusão a Exu, lotou a Avenida Paulista neste domingo (13) em uma marcha contra a demonização de Exu, orixá cultuado por religiões de matriz africana, como o Candomblé, e a afro-brasileira Umbanda. O evento ocorreu de forma pacífica e contou com escolta da Polícia Militar, tendo a concentração ocorrido em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). De acordo com a organização da marcha, cerca de 60 mil pessoas passaram pelo local. 

“Pela primeira vez a gente conseguiu fazer história. Colocamos Exu e Pomba Gira para serem louvados na avenida mais famosa do Brasil”, afirmou Jonathan Pires, idealizador da Marcha, em sua conta no Instagram, que soma mais de 546 mil seguidores. […]

Ao longo do dia, os apresentadores da marcha se revezavam em dois carros de som, que receberam diferentes personalidades, entre lideranças religiosas como Mãe Lu e Padre Pedro e músicos como o cantor de pontos e cantigas Caio Moura e a MC Trans. 

Cultuado em diferentes religiões de matriz africana, Exu é considerado uma divindade guardiã da comunicação. No Brasil, as pessoas costumam pedir para o orixá abrir os caminhos diante dos desafios da vida. Os adeptos da Umbanda e do Candomblé também tentam desassociar a ideia de que Exu é uma entidade demoníaca, como é levantado por seguidores de religiões cristãs.

“Nosso  objetivo é desmistificar essa visão de que Exu é um demônio e mostrar que também fazemos o bem, que também fazemos caridade. Só queremos igualdade entre todas as religiões, somos um país laico”, reforçou a mãe de santo Regiane de Oyá, do Terreiro Terra de Umbanda Caboclo Flecha Dourada, de Santana, zona norte.

A comunidade reuniu 50 pessoas para participar da Marcha para Exu neste domingo. “Eu ainda quero ver os meus filhos e netos sem sofrer preconceito na escola por cultuar Exu”, acrescentou. […]

(Click PB)

Nova Resolução do Ministério da Saúde trata terreiros como “complementares do SUS”

E um trecho polêmico da Resolução 715/2023, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em julho deste ano, chamou atenção a proposta de tratar “terreiros, terreiras, barracões, casas de religião” como “equipamentos promotores de saúde e cura complementares do SUS”. No que diz respeito ao tratamento dos locais de culto de religiões como a umbanda, a Resolução propõe em seu artigo 46:

“(Re)conhecer as manifestações da cultura popular dos povos tradicionais de matriz africana e as Unidades Territoriais Tradicionais de Matriz Africana (terreiros, terreiras, barracões, casas de religião, etc.) como equipamentos promotores de saúde e cura complementares do SUS, no processo de promoção da saúde e 1ª porta de entrada para os que mais precisavam e de espaço de cura para o desequilíbrio mental, psíquico, social, alimentar e com isso respeitar as complexidades inerentes às culturas e povos tradicionais de matriz africana, na busca da preservação, instrumentos esses previstos na política de saúde pública, combate ao racismo, à violação de direitos, à discriminação religiosa, dentre outras.”

Juristas evangélicos criticaram, em especial, a oferta de hormônios para menores e o tom político-ideológico das proposições, diferentemente do posicionamento técnico-científico que se espera de um órgão de Saúde do Estado.

“A Resolução nº 715/2023 promove políticas públicas nefastas, com graves efeitos danosos contra a população brasileira, especialmente às crianças e aos adolescentes, em caso de sua implementação. Dentre essas, ressaltam-se as recomendações pela ‘redução da idade de início de hormonização para 14 anos’ em tratamentos de transição de gênero, e pela ‘legalização do aborto e a legalização da maconha no Brasil’ como forma de ‘combate às desigualdades estruturais e históricas’”, diz a ANAJURE.

Os juristas evangélicos, assim, concluem que o documento “promove publicamente pautas contrárias à proteção constitucional à vida e à infância, bem como em direta oposição às leis vigentes no país”.

Para ler a íntegra da nota, clique aqui.

(Portal de Prefeitura)

Nota: Existe aí uma quebra da laicidade do Estado, pois teria que haver, no mínimo, uma “acomodação” isonômica com relação às demais religiões, também como complementares do SUS e promotoras da saúde, tais como os centros de recuperação de toxicômanos das igrejas evangélicas e demais entidades religiosas ligadas a ações de saúde (os centros de vida saudáveis adventistas, por exemplo). Mas a norma equipara apenas os centros de umbanda e terreiros como complementares do SUS, o que é inconstitucional pela quebra da isonomia e da laicidade. O Conselho de Psicologia, por exemplo, veda o tratamento psicológico com base em princípios e dogmas religiosos, o que apenas evidencia a ilegalidade dessa nova norma do SUS.

Após alerta do MP, professores de Taubaté não poderão usar expressões de cunho religioso

Recomendação da Promotoria visa coibir qualquer forma de proselitismo religioso; entre as proibições estão dizer “Deus te abençoe” e fazer orações com os alunos

Após recomendação do Ministério Público, a Secretaria de Educação de Taubaté expediu uma circular em que orienta os professores da rede municipal a não utilizarem expressões de cunho religioso nas atividades escolares. Entre as medidas que devem ser evitadas estão, por exemplo, o uso de expressões como “Deus te abençoe”, cantigas infantis de conotação religiosa e orações como o Pai Nosso. Os professores da rede municipal tiveram que assinar um termo em que se comprometem a atender a recomendação. Quem não seguir a orientação poderá levar advertência. A recomendação, que visa coibir qualquer forma de proselitismo religioso, foi feita pelo promotor Darlan Dalton Marques após o Ministério Público receber uma denúncia anônima.

(O Vale)

Padre se manifesta sobre retirada de símbolos religiosos em repartições públicas

O Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições públicas.
Pois bem, veja o que diz o Frade Demetrius dos Santos Silva:

“Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas… Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!

“Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pequenos têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.

“Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

“Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde só ladrões de bolacha ficam presos, mas políticos ladrões de milhões são liberados.

“Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas morrem sem atendimento.

“É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos da população.”

(Frade Demetrius dos Santos Silva, São Paulo, SP)

Os males do nacionalismo cristão

O nacionalismo religioso se concentra na promoção e proteção da religião cristã evangélica em uma determinada nação. Isso pode incluir a implementação de leis e políticas baseadas no evangelicalismo, a promoção de programas educacionais e culturais, e a defesa de práticas e costumes evangélicos. Mas, tudo isso, desprezando os valores da democracia liberal.

É fruto de uma leitura errônea do conceito de “nação cristã” ou “nação escolhida”. A ideia de “nação escolhida” é uma expressão bíblica que se refere ao povo de Israel, que, conforme a tradição judaica e cristã, foi escolhido por Deus para ser um povo especial e receber a graça de Deus. Segundo a Bíblia, Deus escolheu o povo de Israel para ser um exemplo para outras nações.

Mas, conforme as Escrituras, apenas Israel serviu a Deus como nação escolhida. Depois de Israel, não houve, não há, nem haverá nação escolhida. Qualquer leitura que faça em qualquer país usurpa o papel da Igreja como nação escolhida. A Igreja não é nacional, mas transnacional; não é parte de uma cultura, mas abarca todas as culturas. Os nacionalistas cristãos querem fazer de sua nação um novo Israel, mas o novo Israel é a Igreja de Jesus Cristo.

O nacionalismo evangélico é também sedutor para muitos pastores e líderes da Igreja. Afinal, é uma forma de exercer poder. Mas, como todo tipo de poder, está envolto em vários perigos: 

1) Falta de humildade: geralmente produz arrogância e superioridade religiosa, contrária aos ensinamentos bíblicos de humildade e amor ao próximo. 

2) Desvio da missão: desvia a missão cristã e da mensagem do Evangelho a todas as pessoas e foca na defesa de interesses nacionais e eleitorais.

3) A polarização: leva a uma polarização religiosa e política na sociedade, prejudica a unidade e o diálogo entre diferentes grupos. Além disso, a polarização namora as obras da carne ao cultivar dissensão, ira e sectarismo.

4) Foco na política em vez da espiritualidade: o radicalismo leva os evangélicos a se concentrarem mais na política e no poder terreno do que na vida espiritual e no amor ao próximo. É excessivamente ativista e pouco piedoso; é engajado, mas nada generoso; é transtornador, mas nada transformador. 

5) Perigo de misturar religião e política: leva a conflitos e violência, e que os evangélicos devem se concentrar em praticar sua fé de forma pacífica e respeitosa. Embora seja impossível cultivar uma religião neutra politicamente, é necessário separar Igreja e Estado, fé e política. Separar não é divorciar completamente, mas é saber discernir quando a aproximação é saudável ou não.

6) Dependência da cultura do medo e teorias conspiratórias: o nacionalismo cristão, como todo nacionalismo, precisa de inimigos, nem que sejam inimigos imaginários inventados em teorias conspiratórias. Em sua guerra cultural, os nacionalistas respiram ameaças e vivem em um mundo binário de constante estado de conflito. 

Jesus elogiou os pacificadores. Paulo disse que a nossa luta não é contra carne e sangue. O cristianismo nos ensinou que o amor é mais forte do que o poder das armas.

(Gutierres Fernandes Siqueira é teólogo e jornalista; autor do livro Quem Tem Medo dos Evangélicos?)

A relação entre política e religião

Pessoas fortemente religiosas têm vida sexual melhor

A desaprovação do sexo sem amor e do sexo casual está ligada a uma maior satisfação com a vida sexual entre homens e mulheres.

Pessoas que vão à igreja são mais propensas a ter uma vida sexual muito satisfatória, revela um novo estudo. Pesquisadores do Reino Unido descobriram que indivíduos fortemente religiosos são tipicamente mais satisfeitos com suas atividades no quarto do que aqueles que não são religiosos ou praticam sexo casual. Uma equipe da Universidade de Exeter acrescenta que realmente há alguma verdade no ditado “qualidade sobre quantidade”. Embora as pessoas religiosas no estudo normalmente tenham feito menos sexo do que outras, o sexo que estão fazendo as está deixando mais satisfeitas do que aquelas que se envolvem em encontros casuais com várias pessoas.

De acordo com os resultados da terceira Pesquisa Nacional Britânica de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida, homens e mulheres que praticam o sexo casual ou sexo sem amor relataram ter menos satisfação sexual. […] “Como pessoas religiosas são menos propensas a se envolver em sexo casual e são mais propensas a limitar a atividade sexual a um relacionamento baseado em amor, isso pode levar a menores expectativas de atividade sexual fora de uma união formal, bem como maior satisfação com a vida sexual em geral. No entanto, é possível que os sentimentos religiosos sobre a santidade do sexo conjugal, bem como a desaprovação do sexo fora do casamento, sejam mais importantes para a satisfação sexual das mulheres do que para os homens”, acrescenta o Dr. Vegard Skirbekk, do Instituto Norueguês de Saúde Pública e da Universidade de Columbia. […]

“A desaprovação do sexo sem amor e do sexo casual está ligada a uma maior satisfação com a vida sexual entre homens e mulheres. Enquanto a satisfação sexual aumenta inicialmente com a frequência sexual, ela diminui novamente em um número maior de ocasiões sexuais. Portanto, fazer sexo ‘demais’ pode levar a um menor nível de satisfação com a vida sexual”, conclui o pesquisador.

(Study Finds)