Caixinha de luz: a maior lição que meu pai me ensinou

A grande lição que o Sr. Francisco Borges me deixou foi: escolha sempre o melhor

caixinha

Fabriquei a caixinha de luz da foto ao lado quando eu tinha 14 anos. No ano anterior, minha turminha se sentava no fundo da sala de aula para conversar e desenhar. Éramos conhecidos como a “Turma do Automan”, sendo eu o Automan (pessoal dos anos 1980 vai se lembrar do personagem). Não dávamos muita atenção às aulas (exceto às de Ciências e Língua Portuguesa, das quais eu gostava mais). Não deu outra: no fim do ano, alguns dos desenhistas distraídos e eu reprovamos. No meu caso, em Matemática. Foi uma decepção. Meu grande temor foi ter que dar a notícia para meu pai. Surpreendentemente, ele ficou calmo e me disse que as coisas iriam mudar no ano seguinte. E mudaram.

Em 1986 meu pai alugava as máquinas da metalúrgica de um amigo. Com a crise econômica dos anos 1980, ele acabou falindo e tendo que vender a própria metalúrgica. Naquele espaço alugado, fabricávamos peças para minas de carvão, carrinhos de mão e caixinhas de luz. Meu pai havia feito o curso técnico de caldeireiro e era um exímio soldador. Com ele aprendi a soldar, esmerilhar, cortar, prensar e outras tarefas típicas do trabalho com metais. Foi um ano difícil. Eu ajudava meu pai todos os dias à tarde, depois de voltar da escola. À noite, fazia as tarefas escolares. Trabalhávamos inclusive aos fins de semana, quando precisávamos dar conta de uma encomenda maior.

Para mim, foi um exercício de disciplina e persistência. Muitas vezes, quando estava concluindo um lote de milhares de caixinhas de luz (que eu cortava na guilhotina, moldava na prensa, soldava na ponteadeira e pintava em enormes tanques cheios de tinta), lá vinha meu pai com caixas contendo outras milhares. Aquilo parecia nunca ter fim, mas ai de mim se reclamasse!

Quando certa ocasião meu pai me mandou ir à padaria comprar pão e leite no fim do expediente, eu argumentei que estava com a roupa suja, ao que ele respondeu: “É sujeira do trabalho. Você tem que se orgulhar disso.” Que lição! Mas a maior lição viria tempos depois.

Certo dia, depois de uma tarde cansativa de trabalho, quando havíamos embalado milhares de caixinhas de luz, meu pai me olhou nos olhos, pegou uma das caixinhas e me disse: “Viu como é duro trabalhar aqui? Trata-se de um trabalho honrado como qualquer outro, mas você pode conquistar algo melhor. Prefere trabalhar aqui ou levar a sério os estudos?” Nem precisei responder. A lição havia sido mais do que clara. Minhas notas melhoraram muito no ano seguinte e nunca mais parei de estudar.

A grande lição que o Sr. Francisco Borges me deixou foi: escolha sempre o melhor. Não se contente com voos baixos. Olhe sempre para a frente e para o alto. Anos depois, eu conheceria o evangelho e entregaria minha vida a Cristo. Meu pai não era religioso, mas, sem querer, acabou me levando a uma reflexão espiritual com a lição da caixinha: escolha sempre o melhor, e o melhor dos melhores é Deus. Não se contente em viver dentro de uma caixinha quando há um universo fora. Saia da caixinha da mediocridade, dos sonhos pequenos, do aqui e agora. Olhe para a frente e para o alto!

Michelson Borges

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Tenho esposa, duas filhas e duas irmãs. Toda a discussão das semanas anteriores sobre o crime de estupro me deixou penalizado e preocupado. Foi pensando nelas, e em outras mulheres cuja triste história de abuso eu conheço, que resolvi escrever um texto falando sobre cuidados que podem ser tomados por qualquer pessoa neste mundo violento. Jamais passou pela minha cabeça culpar as vítimas por qualquer coisa. Não penso assim. O criminoso sempre será o culpado. Minha esposa e eu somos promotores da campanha Quebrando o Silêncio, e temos procurado ajudar mulheres e crianças que passaram pelo trauma do abuso.

Infelizmente, minha intenção foi mal compreendida, e por isso quero deixar mais evidente minha intenção: proteger as potenciais vítimas.

Lamento profundamente o que acabou ocorrendo. Deus sabe o que me motivou. Aproveito para pedir perdão, caso algum leitor tenha se sentido triste com o que leu, especialmente as mulheres. Afirmo que tudo isso me serve de aprendizado, a fim de que eu possa desenvolver um ministério ainda melhor para Deus e meus semelhantes.

Desejo-lhe as mais ricas bênçãos do Céu e oro para que tenhamos um mundo um pouco melhor para todas as pessoas, enquanto aguardamos o mundo perfeito.

Fique com Jesus.

Michelson

Donald Trump, as profecias e o perigo da fé especulativa

[No dia 19 de novembro de 2016, publiquei o texto abaixo em meu blog criacionismo.com.br. Quatro anos depois, a essência dele continua atual e válida:]

Eu estava fazendo uma série de pregações em Genebra, na Suíça, quando vi pelo noticiário televisivo o resultado das eleições norte-americanas. Contra as previsões da mídia, Donald Trump havia vencido. No dia seguinte, o bilionário era capa de praticamente todos os jornais. A filha pequena do casal que estava me hospedando perguntou ao pai dela: “Por que tanto interesse nesse homem?” E ele respondeu de maneira simples e direta: “Porque Trump agora é o presidente eleito do país mais importante do mundo. O que os Estados Unidos fazem tem reflexos aqui na Suíça e em toda parte do mundo.” E é verdade. A escolha de um presidente na terra do Tio Sam desperta expectativas e temores nas áreas econômica, diplomática, militar e, claro, escatológica. Tão logo o resultado das eleições se tornou conhecido, os especuladores e “profetas” de plantão se puseram a trabalhar. Perdeu a Hilary apoiadora do aborto e do “casamento” gay; venceu o boquirroto xenofóbico ultranacionalista. O que esperar do futuro, agora? Que implicações proféticas haveria nisso tudo?

Logo houve quem resgatasse uma postagem aqui do blog, de 2013, segundo a qual Trump respeita seus empregados guardadores do sábado (confira). E eu divulguei em seguida o fato de que a filha do magnata é judia e guardadora do sétimo dia (confira). Seria isso um alívio? Representaria um retardamento no calendário profético? Liberdade religiosa garantida? Pode ser tudo isso e nada disso.

Na mesma semana da eleição, recebi um e-mail interessante, um tanto numerológico. Veja só: “Donald Trump venceu as eleições e será o primeiro presidente a prestar juramentos aos 70 anos, sete meses e sete dias de vida. Será o primeiro presidente pró-Israel a governar durante a quinta década (50 anos) da tomada do Monte do Templo e do Muro das Lamentações em Jerusalém. Será o primeiro presidente a celebrar o 70º aniversário da anexação de Jerusalém como capital de Israel. Cinco décadas da conquista do Monte. Sete décadas da vida de Trump. Sete meses desde seu último aniversário; 5777 do ano hebraico atual. Trump se torna o presidente americano de número 45. Isaías 45: ‘O Senhor chama o rei Ciro de Seu ungido.’ O rei Ciro da Pérsia autoriza Esdras e Neemias a reedificar o muro e a cidade de Jerusalém. O rei Ciro permite que os Israelitas edifiquem o segundo templo. Ele abençoa em extremo o povo de Deus. Palavras chaves: muro, cidade e templo. O três pilares da plataforma política de Trump: (1) edificar um muro; (2) reconstruir cidades; (3) restabelecer a liberdade religiosa. A palavra ‘trump’, em inglês, quer dizer ‘sonido da trombeta’. Sabe o que tudo isso significa? Absolutamente nada. Quer saber de profecias? Estude a Bíblia e esqueça essas bobagens.”

Mércia Verônica escreveu também: “Ainda nem houve posse nos Estados Unidos e os arautos começaram a tocar as trombetas do cumprimento profético. Na sequência, o alívio: ‘Ufa, ele é simpático com os sabatistas!’ Vamos refrescar a memória? A simpatia de Nabucodonosor pelos jovens hebreus não evitou a fornalha. A simpatia do rei por Daniel não o livrou dos leões, porque as circunstâncias, forjadas ou não, tornaram o fogo e a cova dos felinos inevitáveis. A simpatia de Trump com o povo do sábado nos deixa aliviados com um ‘ufa, não foi desta vez’? Sejamos coerentes! As profecias irão se cumprir no tempo, a despeito de quem esteja encabeçando a superpotência mundial. Poderia ser o Carson, e isso não retardaria ou impediria o plano divino, pois o tempo é dEle e não nosso. Nosso papel é voltar as forças para o preparo e não à especulação. À busca de estarmos prontos e não ficarmos na janela olhando para sair correndo quando o horizonte mudar de cor. Sejamos sóbrios, vigilantes e estejamos prontos, pois ‘quem há de vir virá’, seja com Trump ou sem ele.”

O que precisamos fazer neste tempo de aparente bonança é aprofundar nossa relação com Deus e nosso conhecimento da Bíblia Sagrada, especificamente das profecias escatológicas. Foi essa a preocupação de Paulo, quando escreveu a carta aos Hebreus (confira). Ele não queria que os cristãos fossem vencidos pela rotina e desanimassem em sua jornada de fé. Desejava que mantivessem uma experiência profunda com Deus.

Quando nossa experiência cristã depende de injeções de ânimo baseadas em sensacionalismos passageiros e teorias mirabolantes – como a do “chip marca da besta” (que, na verdade, como disse alguém, é a marca das bestas que não estudam a Bíblia) ou a tese de que o mundo vai acabar após seis mil anos de pecado –, a tendência é que, passada a empolgação do momento, tudo volte ao “normal”, à típica mornidão laodiceana.

Mantenhamos firme nossa esperança na volta de Jesus, testemunhando do amor de Deus pela humanidade caída e falando desse futuro maravilhoso que nos aguarda – sem fanatismos, especulações infundadas e inverdades que só servem para ofuscar a mensagem bíblica e os atrativos do evangelho.

Michelson Borges

Perguntas interativas da Lição: outras lições do Mestre dos mestres

Como Mestre dos mestres, Jesus nos ensina não apenas com Suas “aulas”, mas também com Suas atitudes. Nesta semana, a Lição da Escola Sabatina tratou sobre mais alguns de Seus profundos ensinos. As perguntas a seguir nos ajudarão a refletir sobre eles, e a aprender também.

Perguntas interativas para discussão em grupo:

Leia Gênesis 3:8-10. Jesus sabia que Adão estava escondido atrás de uma árvore justamente por haver pecado e estar com medo de Deus. Em sua opinião, por que, em vez de aparecer e repreender Adão por sua falha, Jesus lhe perguntou onde estava? Igualmente, há vários registros de perguntas de Jesus das quais Ele sabia a resposta. Por exemplo: “Quem dizem os homens que sou?” (Mc 8:27); “Que buscais?” (Jo 1:38); “Queres ser curado?” (Jo 5:6); “Dizes isso de ti mesmo…?” (Jo 18:34); etc. Qual é a intenção do Mestre ao nos fazer perguntas às quais Ele mesmo sabe responder?

Por que a educação cristã deve enfatizar o fato de que nossa natureza pecaminosa nos leva a nos “esconder” ou a “fugir” de Deus? Como a compreensão desse fato deve, na verdade, nos conduzir para Jesus como a solução desse problema? (Ver João 14:6.)

Leia João 1:1, 14. O que esse pensamento nos revela sobre Jesus como o grande exemplo de Mestre?

Romanos 5:17-19. Em que sentido Jesus é comparado a Adão nesse texto? De que forma esse pensamento exalta a misericórdia e a justiça de Deus? Que lições aprendemos tanto do primeiro quanto do segundo “Adão”?

Leia Genesis 28:10-17, sobre o sonho da escada de Jacó (note especialmente o verso 15). Como vemos nessa história, por que Deus está sempre tentando nos alcançar, apesar de nossos pecados? Por que esse princípio deve ser mantido em primeiro plano no currículo da educação cristã?

Leia João 1:35-38. Sendo Jesus um grande ensinador, por que Ele fez essa pergunta aos dois novos discípulos* que haviam começado a segui-Lo?** Note que eles responderam com outra pergunta: “Onde o Senhor mora?”*** E “Jesus respondeu: Venham ver! Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com Ele aquele dia” (João 1:39, NAA****). Que lições aprendemos aqui com o Mestre dos mestres?

Note a situação de Jesus em Marcos 7:24, procurando um retiro para poder descansar, até que foi descoberto. Mesmo assim, apesar de não haver planejado essa “aula”, Jesus aproveitou a oportunidade, e nos ensinou uma lição preciosa no desenrolar dessa história (ver os versos 25-30). Que lições aprendemos a partir desse episódio?

Jesus usou várias vezes a cegueira como analogia para um problema espiritual muito sério. Alguns exemplos se veem em textos como: Mt 23:24; Mc 10:51, 52; Lc 6:39; Jo 9:39-41; Ap 3:17, 18. Que lições importantes Ele procura nos ensinar com essas frases?

De tantas lições que nosso Mestre ensinou, tanto por palavras quanto por atitudes, qual delas chama mais a sua atenção? Como isso torna você um(a) discípulo(a) melhor? Como você pode passar isso adiante?

Notas:

* Um detalhe interessante que vemos em João 1:40 é que esses dois novos discípulos logo se tornariam parte dos 12 apóstolos: um deles era André, irmão de Pedro, e ou outro era João, que se omite aqui em seu próprio relato, como é comum em seus escritos, em sinal de humildade (ver O Desejado de Todas as Nações, p. 138).

** “Jesus sabia que os discípulos O estavam seguindo. […] No entanto, voltando-Se, perguntou apenas: ‘Que buscais?’. Queria deixá-los em liberdade de voltar atrás, ou de falar de seus desejos” (ibid., grifo acrescentado).

*** “De um único desígnio tinham eles consciência. Uma só era a Presença que lhes enchia o pensamento. Exclamaram: ‘Rabi, onde moras?’ Numa breve entrevista à beira do caminho, não podiam receber aquilo por que ansiavam. Desejavam estar a sós com Jesus, sentar-se-Lhe aos pés e ouvir-Lhe as palavras” (ibid.).

**** NAA = Nova Almeida Atualizada (2017).

(Natal Gardino é doutor em Ministério pela Andrews University e pastor distrital em Londrina, PR)

Clique aqui e assista à recapitulação do assunto em vídeo.

Um terço dos estudantes entrevistados estuprariam se não houvesse consequências

O texto abaixo foi editado para deixar mais clara a ideia que eu quis transmitir: a do cuidado para evitar problemas neste mundo mau.

estupro

O tema do estupro voltou a ser discutido amplamente nas redes sociais por conta do caso da influencer Mariana Ferrer e do empresário acusado de tê-la estuprado em uma casa noturna. Não vou discutir aqui o caso em si, até porque muito já foi dito a respeito. Estupro é crime hediondo e deve ser severamente punido. Ponto final. E por se tratar de um crime execrado até mesmo por criminosos, as acusações nesse sentido devem ser muito bem apuradas, a fim de que outro crime não seja cometido – o da falsa acusação, que pode trazer consequências terríveis para a vida do acusado. Infelizmente, as estatísticas mostram que muitos crimes de abuso ocorrem dentro de casa, praticados por pessoas aparentemente insuspeitas, como pais, avôs e outros parentes. Assim, é preciso quebrar o silêncio, como propõe a importante campanha da Igreja Adventista do Sétimo Dia (saiba mais).

Dito isso, quero aproveitar para relembrar uma notícia de 2015, estarrecedora e reveladora de uma cultura muito mais perigosa e enraizada que a chamada “cultura do estupro”: a cultura do pecado (mais perigosa porque está na base de todas as mazelas humanas). Trata-se da publicação de um estudo da revista científica Violence and Gender, segundo o qual quase um terço dos 86 homens entrevistados estuprariam uma mulher se não houvesse consequências.

Os pesquisadores selecionaram 86 estudantes da Universidades da Dakota do Norte e da Universidade Estadual da Dakota do Norte, nos Estados Unidos, e perguntaram como eles reagiriam em certas situações. A ideia era avaliar as atitudes sexuais e a hostilidade em relação às mulheres nos campi universitários. Quando questionados sobre o que fariam em uma situação na qual pudessem fazer sexo contra a vontade de uma mulher sem nenhuma consequência, 31,7% disseram que fariam isso, ou seja, estuprariam a mulher.

Essa pesquisa mostrou uma vez mais que muitos crimes só não são cometidos por falta de oportunidade, e que, por isso, neste mundo de pecado com tantos agressores potenciais e com o “diabo à solta”, todo cuidado sempre será pouco.

Por exemplo: ladrão sempre será culpado se cometer um assalto. Nem por isso você deve sair do banco à noite, no centro de uma grande cidade, contando dinheiro à vista de todos. Se o ladrão assaltar você, obviamente que ele será culpado. Mas você não precisa nem deve se expor indevidamente.

Neste mundo injusto e de pecado, em que tantas mulheres sofrem por causa da violência, é importante que elas se protejam, evitando comportamento arriscado, como o uso de substâncias entorpecentes e a frequência a lugares de risco. Estou com isso culpabilizando a vítima? Claro que não! O foco sempre será o agressor. Apenas estou dizendo que há realidades que não serão mudadas do dia para a noite (e algumas nunca serão), e que é preciso levar isso em conta para minimizar os riscos.

Como se prevenir para evitar o estupro

A médica Rosana Maria Paiva dos Anjos, coordenadora do Núcleo de Atendimento Imediato às Vítimas de Violência Sexual do CHS, em matéria publicada no jornal Cruzeiro do Sul, destaca algumas dicas para evitar o estupro. Segundo ela, as mulheres devem evitar andar sempre sozinhas e distraídas, pois assim elas se tornam os principais alvos dos agressores, que são muito observadores. “Tenha sempre em mãos qualquer coisa que possa ameaçar ou machucar o agressor, como um guarda-chuva, por exemplo, porque, assim, a mulher consegue distanciar o agressor. Ele procura a pessoa […] mais distraída”, diz Rosana.
 
Outro aspecto destacado pela médica é a rotina que a mulher tem no seu dia a dia. Pelo fato de o criminoso ser muito observador, Rosana afirma que ele fica atento a uma mulher que toma sempre o mesmo caminho para trabalhar, por exemplo, e que esteja sempre desacompanhada. O mais indicado a se fazer é escolher rotas alternativas em alguns dias da semana, pois, assim, a mulher consegue despistar o potencial estuprador.
  
A delegada Joilce Silveira Ramos, titular de uma Delegacia de Polícia de Atendimento à Mulher em Mato Grosso do Sul, também oferece algumas dicas importantes, contidas no site do governo estadual:

  • Não fique em local ermo, afastado ou com matagais; evite sempre trilhas desertas que encurtam distâncias.
  • O autor do estupro geralmente não quer matar, ele quer o ato sexual; então grite o mais alto possível; se alguém estiver passando e ouvir o barulho e se aproximar, o agressor geralmente desistirá do ato.
  • Quando pedir Uber, sempre compartilhe a localização com amigos ou com alguma outra pessoa. Assim que chamar um carro, já envie o trajeto para seu esposo, parente ou um amigo que possa saber em tempo real onde você está, além do nome do motorista e a placa do carro.
  • Quando solicitar profissionais para fazer algum conserto em casa, nunca os atenda quando estiver sozinha; mulheres que moram sozinhas devem sempre contratar profissionais conhecidos.
  • Tenha sempre na bolsa um spray de pimenta; essa é uma das melhores dicas, porque você não precisa se aproximar do agressor para utilizar o spray. Com uma distância de um metro a um metro e meio, você consegue atingir os olhos do agressor, o que facilitará sua fuga.

Mais algumas dicas do Portal UOL:

  • No táxi ou em qualquer transporte individual, várias das entrevistadas contam fingir ou de fato fazer ligações para outras pessoas informando que estão a caminho. Assim, se o motorista planeja algum tipo de violência, pensará duas vezes, pois pode ser pego.
  • Se tem uma coisa que homens geralmente respeitam são outros homens. Então, se está sozinha com mais um homem, vá logo dizendo que tem marido, mesmo quando está solteira, para garantir que ele não a assedie.
  • As aulas de luta com foco em defesa pessoal para mulheres têm se tornado cada vez mais populares. O motivo? Saber se defender no caso de uma abordagem na rua.
  • Se um homem começa a andar atrás ou ao lado de uma mulher quando ela caminha em uma rua deserta, o primeiro pensamento é: “Estou sendo seguida.” Então, assim que ouvem os passos, muitas mulheres param de andar para que o homem ultrapasse. Se ele parar também, é hora de correr.
  • Ao perceber que um homem a tem seguido por algum tempo, entre em algum estabelecimento comercial ou na portaria de um prédio para se proteger.
  • Conheceu alguém por um aplicativo e planeja encontrá-lo? Nada de ir para a casa dele ou a um lugar ermo. Marque o encontro em lugar movimentado, como restaurantes ou praças.
  • Nunca aceite bebidas de estranhos. Não vá ao banheiro e deixe seu copo no balcão, por exemplo. Nunca se sabe se alguém pode colocar alguma substância nele.
  • Muitas mulheres acenam e até param para conversar com desconhecidos nas ruas. A intenção é desencorajar um possível agressor, já que não estaria mais só. A partir disso um movimento foi criado, o “Vamos Juntas”, que incentiva mulheres a fazer companhia umas às outras nas ruas.  

Esses são cuidados que podem ser tomados para ajudar a minimizar os riscos de agressão e estupro. Mas algo mais pode ser dito em relação à formação das pessoas neste mundo de pecado. Leia o que segue.

Pornografia, músicas e estupro

Segundo Sue Berelowitz, comissária para a Infância no Reino Unido, não há cidade ou vila em que as crianças não estejam sendo vítimas de exploração sexual. O número de vítimas está na casa dos milhares e, de acordo com Peter Davies, diretor do Child Exploitation and Online Protection Centre, uma em cada 20 crianças é vítima de abuso sexual. O acesso precoce à pornografia na internet está na raiz dessa exploração: as crianças estão crescendo com uma visão totalmente deturpada do que é sexo e do que é um comportamento sexual normal. Alguns dos meninos que estavam envolvidos em atos de abuso sexual falaram que “era como estar dentro de um filme pornô”. “Eles viram coisas e depois repetiram o que viram. Definitivamente isso afetou os limites do que eles pensam ser normal”, contou Berelowitz.

Além da pornografia que normaliza o anormal, há também as músicas com conteúdo machista. Será que músicas com mensagens agressivas contra as mulheres podem levar um ouvinte a ser ainda mais violento contra elas na vida real? Podem, sim, segundo pesquisas de Tobias Greitemeyer, doutor em Psicologia Social e professor da Universidade de Innsbruck, na Áustria. O funk carioca “Tapinha não dói”, por exemplo, foi alvo de um longo processo contra a produtora Furacão 2000 por incitar a violência contra a mulher. Nos EUA, o hit “Blurred Lines”, de 2013, foi alvo da ira de feministas e chamado de “a canção mais controversa da década” pelo jornal The Guardian

Nas pesquisas, voluntários eram convidados a ouvir músicas que incluíam algumas letras consideradas misóginas, como “Superman”, de Eminem, e “Self Esteem”, do Offspring. Durante a audição das músicas, os participantes respondiam a algumas questões e realizavam tarefas. Eles não sabiam que a pesquisa era sobre misoginia, e achavam que estavam fazendo um desafio de ouvir músicas e fazer outras atividades ao mesmo tempo. Os homens marcaram atributos mais negativos em perguntas sobre o sexo feminino e expressaram mais desejo de vingança enquanto estavam ouvindo as letras machistas, mostra artigo publicado por Greitemeyer e por Peter Fischer, da Universidade de Munique. “Nossa pesquisa mostrou que músicas misóginas fazem aumentar reações agressivas dos homens contra mulheres”, descrevem os autores no artigo.

Os psicólogos indicam que pode haver um “efeito acumulado” nessa tendência agressiva de homens acostumados a ouvir músicas com teor machista. “O que se pode dizer sobre o efeito na vida real, onde homens provavelmente ouvem centenas de canções misóginas ao longo da vida? O efeito pode ser ainda mais forte e pode levar a um comportamento agressivo ainda mais severo contra a mulher, como estupro e outras formas de violência”, dizem.

Músicas, pornografia, filmes, séries, etc. são capazes de influenciar comportamentos e tendências. Numa espécie de retroalimentação, ajudam a moldar a sociedade que ajuda a moldar a produção cultural. É o tipo de pesquisa que faz acender a luz amarela, especialmente para aqueles que se preocupam com os valores cristãos. Imagine uma criança que cresce exposta a pornografia, a músicas que objetificam a mulher e a séries como “Game of Thrones”, com cenas e mais cenas de sexo, incesto, violência sexual e estupro (confira)… Que tipo de adulto serão essas meninas e esses meninos?

Os bons e velhos conselhos fundamentados na Bíblia Sagrada continuam válidos e ajudam muito neste mundo perigoso: (1) cuidado com os lugares que você frequenta; (2) cuidado com as pessoas com as quais se relaciona; a menos que seja para influenciá-las e salvá-las, melhor não acompanhá-las; (3) seja mais seletivo quanto ao tipo de conteúdos que você consome (Rm 12:2; Fp 4:8); (4) não use qualquer tipo de droga ou substância entorpecente; cuide do seu corpo e da sua mente; (5) se souber de algum tipo de violência e abuso sendo cometidos, quebre o silêncio e denuncie.

Isso é garantia de imunidade à violência neste mundo corrompido? Infelizmente, não, mas ajuda bastante.

Michelson Borges

O estupro na Bíblia

Entre o vermelho e o púrpura

Necessitamos de um sólido conhecimento das verdades Bíblicas, afinal, nunca antes na História carecemos tanto da “lâmpada para os [nossos] pés”

besta 2

Durante 1.260 anos (de 538 a 1798), a Igreja Romana teve autoridade para perseguir, prender e até matar. Foi um período extremamente difícil para aqueles que desejavam se manter fiéis às verdades bíblicas e longe dos dogmas humanos. Em Daniel capítulos 7 e 8, esse poder perseguidor é descrito como a “ponta (chifre) pequena” que tentou mudar a lei de Deus, deturpou a verdade do santuário e perseguiu os fiéis. Em Apocalipse 13, esse mesmo poder é descrito como uma besta simbólica que emerge do mar (povos), sofre uma ferida mortal, se recupera, conquista admiração e recebe finalmente o apoio da besta da terra (os Estados Unidos). Em Apocalipse 17, o símbolo é uma prostituta vestida de púrpura e escarlate. Aquele tempo de perseguição (também descrito como três anos e meio ou 42 meses, o que equivale aos mesmos 1.260 anos) um dia terá sua “segunda edição”, quando a marca da autoridade dessa besta/ponta pequena for imposta à humanidade (para mais informações, assista aos vídeos desta playlist).

Bestas são instrumentos usados por Satanás para levar avante seus intentos. São suas marionetes no grande conflito. Além das bestas do mar (papado) e da terra (Estados Unidos), o inimigo se valeu também da besta do abismo de Apocalipse 11. Ali é descrito um poder relacionado com ateísmo e sodomia/licenciosidade (veja os vídeos abaixo para entender melhor o assunto). A França revolucionária é identificada por esse símbolo, e o capítulo chega a mencionar o mesmo período de 1.260 anos durante os quais a Bíblia (as duas testemunhas) teve que “profetizar vestida de pano de saco” (luto, humilhação). A relação entre os capítulos 11 e 13 de Apocalipse (além de Daniel 7 e 8) fica muito clara aos olhos do leitor atento.

Política e sociologicamente, a Revolução Francesa trouxe benefícios à humanidade, mas no aspecto religioso (focalizado pela profecia) foi uma tragédia. A partir dessa revolução, o ateísmo ganhou novo fôlego. A Bíblia Sagrada passou a ser questionada. Ideologias naturalistas como o darwinismo e o marxismo conquistaram terreno. Os “ecos” dessa revolução reverberam ainda hoje, com vernizes culturais.

A besta do abismo continua urrando por meio da militância progressista anticultura judaico-cristã. No afã de destruir ou, pelo menos, anular/enfraquecer os valores bíblicos e a boa escatologia (que desmascara Satanás), o progressismo vermelho sequestra pautas e movimentos como o feminismo, o antirracismo, LGBT e outros. Usando essas causas como ponta de lança, a besta do abismo conquista mais e mais terreno, de maneira sub-reptícia, disfarçada. Assim, ela empurra o pêndulo para um extremo; estica a corda do arco até seu limite. E prepara o caminho para o retorno triunfal da besta preferida de Satanás: a do mar. A besta-flecha que causará o estrago final.

Na resistência aos progressismos e ao chamado marxismo cultural, estão pensadores totalmente alinhados com as ideias e os propósitos do catolicismo histórico. Ao reagir contra o poder da besta do abismo, muitos estão caindo no colo da besta do mar, que dentro de pouco tempo terá o apoio da besta da terra. Estão entre a foice e a falsa cruz. Entre o vermelho (ideologias revolucionárias) e o púrpura (romanismo). Para todos os fins, os propósitos do estrategista-mor por trás das bestas acabam sendo cumpridos, de uma forma ou de outra. As bestas de Apocalipse 13 representam um alinhamento político-religioso cada vez mais fortalecido como reação à influência da besta do abismo. Só que, no fim das contas, haverá, nas palavras de Ellen White, um “laço de união universal”. A polarização dará lugar a uma breve concordância geral (ECOmenismo?).

Nesse turbilhão de influências e interesses, como deve se comportar o povo e Deus? Antes de responder, vou resumir tudo para deixar claro:

1. A besta do mar/ponta pequena vem atuando ao longo da História como instrumento de Satanás para distorcer as verdades bíblicas e afastar as pessoas do verdadeiro Salvador e de Sua obra no santuário celestial.

2. Quando a besta do mar foi ferida de morte, Satanás passou a usar a besta do abismo para avançar ainda mais sua agenda destruidora. O que o papado começou, a Revolução Francesa concluiu: o primeiro distorceu a Bíblia e a tornou inacessível; a segunda destruiu a Bíblia e promoveu a descrença.

3. Depois de algum tempo, a ferida mortal da besta do mar começou a ser curada (processo ainda não concluído). Paralelamente, as ideologias nascidas e/ou fortalecidas na França revolucionária continuaram e continuam causando estragos no mundo (teologias políticas/marxistas, evolucionismo teísta, progressismo, revisionismos, relativismo, etc.). E assim Satanás vem atuando em duas frentes, mais ou menos como aquelas empresas donas de duas marcas que promovem uma falsa competição comercial.

4. Indignados com as barbaridades do pensamento esquerdista (aliás, esquerda e direita também são filhas da Revolução), muitos estão correndo para os braços da direita religiosa, com sua religião aparentemente cristã, mas fundada em dogmas como o da pretensa santidade do domingo e da imortalidade da alma, por exemplo (os dois grandes erros: aqui e aqui). Uma religião que desembocará na união das bestas do mar e da terra, com a consequente perseguição dos que não aceitarem as imposições do Estado unido à igreja (sendo o decreto dominical uma dessas imposições). Estão correndo do vermelho para ser abocanhados pelo púrpura.

Nesse turbilhão de influências e interesses, como deve se comportar o povo e Deus? Simples: não se alinhar com poderes nem da direita nem da esquerda, afinal, somos do Alto. Não abraçar ideologias humanas travestidas de cristianismo. Não ceder às pressões sociais nem às religiosas que finalmente os levariam para longe da Palavra de Deus. Precisamos de um sólido conhecimento das profecias a fim de navegar seguros nessas águas agitadas. Necessitamos de um sólido conhecimento das verdades Bíblicas, afinal, nunca antes na História carecemos tanto da “lâmpada para os [nossos] pés” (Salmo 119:105).

(Michelson Borges é pastor e jornalista)

Cineasta distorceu palavras do papa a respeito da união entre gays

Defendamos sempre a verdade. E que peçam desculpas ao papa os que embarcaram nessa fake news

A ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI – comparou a longa entrevista original que o papa Francisco concedeu à reconhecida vaticanista mexicana Valentina Alazraki em maio de 2019 com as cenas usadas pelo cineasta Evgeny Afineevsky. A primeira conclusão foi que a entrevista original foi massivamente editada, mas ao contrário do que diz o padre Antonio Spadaro, a frase em que o Santo Padre apoia uma lei de convivência civil para casais homossexuais nunca viu a luz e segue sendo a surpresa do documentário.

Em “Francesco”, Afineevsky apresenta o papa Francisco dizendo: “Os homossexuais têm o direito de fazer parte da família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso ou ter uma vida miserável por causa disso. O que precisamos é criar uma lei de convivência civil. Dessa forma, eles estarão cobertos pela lei. Eu defendi isso.”

Entretanto, segundo a comparação dos vídeos, Afineevsky teria feito uma peculiar edição das palavras do papa, pois esta é a resposta completa do Pontífice e o cineasta utilizou em sua edição apenas o texto em negrito:

“Fizeram-me uma pergunta em um voo, depois me deu raiva, me deu raiva por causa da forma como um meio transmitiu, sobre a integração familiar das pessoas com orientação homossexual. Eu disse: os homossexuais têm direito de estar na família, as pessoas que têm uma orientação homossexual têm direito de estar na família e os pais têm o direito de reconhecer esse filho como homossexual, essa filha como homossexual, ninguém deve ser expulso ou ter uma vida miserável por causa disso.

“Outra coisa é, disse, quando se vê alguns sinais nas crianças que estão crescendo e então mandá-los – eu deveria ter dito profissional – me saiu psiquiatra, quis dizer um profissional porque às vezes há sinais na adolescência ou pré-adolescência que não se sabe se são de uma tendência homossexual ou se é que a glândula timo não se atrofiou com o tempo, vai saber, mil coisas. Então, um profissional. Título desse jornal: ‘O Papa manda homossexuais ao psiquiatra.’ Não é verdade.

“Fizeram-me essa mesma pergunta outra vez e eu repeti: eles são filhos de Deus e têm direito a uma família e tal, outra coisa é, e eu expliquei que me equivoquei naquela palavra, mas quis dizer isso quando notam algo raro, oh é raro. Não, não é raro. Algo que é fora do comum. Ou seja, não tomar uma palavrinha para anular o contexto. Aí, o que eu disse é, tem direito a uma família e isso não quer dizer aprovar os atos homossexuais.”

A parte final de sua declaração: “O que precisamos é criar uma lei de convivência civil. Dessa forma, eles estarão cobertos pela lei. Eu defendi isso”, nunca havia sido divulgada pela Televisa antes e constitui a novidade de “Francesco”. A expressão “convivência civil” foi traduzida pela equipe de Afineevsky como “civil union”.

(ACI Digital)

Nota: Infelizmente, pessoas e setores mal-intencionados da mídia, mais preocupados com suas agendas do que com a verdade dos fatos, distorcem informações e manipulam falas com objetivos escusos. Esse tipo de comportamento deplorável será mais e mais usado, inclusive para colocar contra a parede os adventistas. Defendamos sempre a verdade. E que peçam desculpas ao papa os que embarcaram nessa fake news. [MB]