É evidente que Jesus e os escritores bíblicos consideravam o relato das origens em Gênesis de modo literal (ex.: Mt 24:38, 39; Jo 5:46; etc.). Isso nos revela algo a respeito das interpretações que se baseiam em métodos diferentes desse. Nesta semana, continuamos o estudo sobre as origens em Gênesis como fundamento para a correta interpretação da Bíblia, do passado e do futuro.
Perguntas para discussão em grupo:
Jó 26:7 diz que Deus “faz a Terra pairar sobre o nada”. O que isso quer dizer? Como Jó sabia disso?
Além disso, a Bíblia também afirma a “redondeza” da Terra (Jó 22:14; 26:10; Pv 8:27; Is 40:22). Por incrível que pareça, hoje há pessoas que creem no chamado “terraplanismo” (o qual defende que a Terra não é esférica, mas “achatada” e “plana”). Por que um cristão que defende essa ideia maluca se torna um empecilho à causa do Evangelho?
Apesar de alguns dizerem que crer na Terra plana “não influencia a sua fé nem sua relação com Deus”, por que é desastroso para o cristão ir contra a própria realidade observável? Como essa obsessão pode de alguma forma acabar afastando-o de Deus?
Obviamente os textos bíblicos que falam em “quatro cantos da Terra” e “quatro ventos” são figuras de linguagem. Que outros exemplos de linguagem figurada existem na Bíblia e também no nosso dia a dia? (R.: “Do coração procedem os maus desígnios” [Mt 15:19]; “janelas do céu” [Gn 7:11; 8:2; 2Rs 7:1, 2; Ml 3:10]; “ir pelo ralo”; “fulano mora no meu coração”; etc.). Em sua opinião, por que os textos bíblicos também fazem uso de figura de linguagem em várias ocasiões? Como podemos saber quando a linguagem é figurada?
Foram descobertos textos contendo mitos de criação que datam de antes de Moisés ter escrito o Gênesis. Alguns dos mais importantes são a “Epopeia de Gilgamesh”, da Mesopotâmia; o “Enuma Elish”, da Babilônia; e a “Epopeia de Atra-hasis”, da Suméria. Nesses contos mitológicos existem várias semelhanças com o relato de Gênesis. Apesar disso, como sabemos que o Gênesis não é apenas mais um “mito de criação” nem uma “adaptação” de nenhum deles? Por outro lado, o que as diferenças entre esses mitos e o Gênesis nos revelam? (Leia Colossenses 2:8 e 1 Timóteo 4:7.)
(R.: Semelhanças: a criação dos seres humanos; o barro como um dos elementos; o dilúvio. Diferenças: os “deuses” criam os humanos para trabalhar por eles; os deuses se odeiam, traem e matam; a morte é “natural” nos mitos, ao passo que na Bíblia ela é uma tragédia que resultou do pecado.)
As semelhanças entre os diferentes registros mitológicos encontrados e o Gênesis indicam que existe uma “versão original” dessas histórias, a qual tem que ser muito mais antiga, e que os povos pagãos a distorceram ao longo dos séculos conforme suas próprias crendices e superstições. Por que é ilógico supor que Moisés teria simplesmente copiado e “adaptado” os mitos (Êx 17:14; 34:27)? Que evidências você pode apontar que comprovam a veracidade de Gênesis mas não a dos mitos mais antigos?
Leia Atos 14:11-15, 18, 19. Assim como foi no passado, a crença na Criação bíblica (em uma semana literal) está em desacordo com a cultura predominante. Por que não devemos nos surpreender disso?
Leia Gênesis 1:14-16. Por que o relato bíblico da criação não menciona o nome do Sol nem da Lua? Como isso nos ajuda a perceber que, em vez de ser uma “cópia” ou “adaptação” dos antigos mitos de criação, o Gênesis é um corretivo desses mitos?
Como o conhecimento científico verdadeiro (que não nega o sobrenatural, cf. 1Tm 6:20, 21) nos ajuda a apreciar mais ainda o caráter de Deus e Sua revelação na Bíblia e na natureza?
Leia Gênesis 1:26. Em que sentido o ser humano é “a coroa da criação”? Que profundo significado reside no fato de que Deus criou os seres humanos com as próprias “mãos”, enquanto todas as outras coisas simplesmente surgiram por Sua palavra?
A árvore da vida é mencionada unicamente nos primeiros três capítulos da Bíblia e nos dois últimos. Por que a menção dela no Apocalipse não faria sentido se a que foi mencionada em Gênesis fosse apenas uma metáfora? Qual seria o sentido de Deus nos prometer um Éden restaurado se o primeiro não tivesse sido literal?
(Natal Gardino é doutor em Ministério pela Andrews University e pastor distrital em Londrina, PR)