Trump visitará o papa e assina decreto que enfraquece separação igreja-Estado

[Não, o decreto do título acima não é o dominical, ainda.] A Santa Sé confirmou nesta quinta-feira que o papa Francisco receberá no Vaticano, em 24 de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que depois se reunirá com o secretário de Estado vaticano, o cardeal Pietro Parolin. A Santa Sé explicou em um comunicado que o encontro entre o papa e Trump está previsto para às 8h30 local (3h30, em Brasília) e acontecerá no Palácio Apostólico vaticano. Após a reunião, o governante norte-americano conversará, como é habitual, com o secretário de Estado vaticano, o cardeal Parolin, e com o secretário vaticano de Relações com os Estados, Paul Gallagher. Trump será recebido pelo papa dois dias antes dos chefes de Estado e de Governo do G7, que se reunirão em uma cúpula entre 26 e 27 de maio na cidade siciliana de Taormina (sul). Em 29 de abril, o papa Francisco afirmou sua disponibilidade para receber Trump, como qualquer outro chefe de Estado que solicitar, durante o voo de volta a Roma procedente do Cairo. (Terra)

A Casa Branca deu detalhes dessa primeira viagem oficial de Trump, que inclui mais do que a sede papal. O presidente norte-americano visitará, nesta ordem: Arábia Saudita (interesses petrolífero$, evidentemente), Israel (afago no parceiro número um) e Vaticano (pedir a bênção do papa). Mais parece uma peregrinação religiosa: Islã, Judaísmo e Catolicismo…

Hoje Trump assinou um decreto para aliviar restrições de atividades políticas a organizações religiosas, que são isentas de impostos. O plano era esperado por políticos conservadores desde a posse do republicano, por ser uma promessa antiga de campanha. O principal ponto da ordem executiva deve ser o fim da Emenda Johnson, uma seção do código fiscal que proíbe organizações isentas de taxas, como as igrejas, de apoiarem candidatos políticos abertamente ou financeiramente [o vídeo abaixo tem mais detalhes sobre o assunto]. O fim da regra, em vigor desde 1954, significa uma grande vitória para a direita cristã americana, que apoiou Trump durante a campanha. Mesmo com o decreto, porém, a mudança precisará ser aprovada pelo Congresso. Em fevereiro, o presidente afirmou que “se livraria totalmente” da emenda, com a justificativa de que “a liberdade religiosa é um direito sagrado, mas que está sob séria ameaça”. Sua posição é oposta à intenção inicial da lei, que foi vista como mais um avanço em prol da separação entre Igreja e Estado, quando criada. É esperado que Trump também instrua o procurador-geral Jeff Sessions a iniciar um processo para definir “novas diretrizes” sobre como as agências do governo devem lidar com crenças religiosas em diversas esferas do governo, de acordo com fontes da Presidência. Entre as questões mais recentes está o fim de uma regra que exige que planos de saúde incluam cobertura para métodos contraceptivos. (Veja.com)

E assim vemos Trump se aproximando do papa e se intrometendo em assuntos religiosos nos Estados Unidos, diminuindo, assim, a separação entre a igreja e o Estado. O homem se alinha com a direita cristã (conservadora e dominguista) e adora um decreto… [MB]